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Urologia15 março 2021

Incontinência Urinária – Um problema de saúde pública

Incontinência urinária: informações sobre o diagnóstico, tratamentos possíveis e impactos negativos sobre a vida das pessoas.

A incontinência urinária (IU) é um problema que acomete em torno de 50% das mulheres de meia idade e na pós menopausa. Essas mulheres enfrentam limitações psicológicas, físicas, e funcionais, prejudicando muito sua qualidade de vida tanto profissionalmente quanto pessoalmente.

O dia 14 de março foi escolhido para sensibilizar a população sobre o tema com informações sobre o diagnóstico, tratamentos possíveis e impactos negativos sobre a vida das pessoas.

Incontinência urinária: informações sobre o diagnóstico, tratamentos possíveis e impactos negativos sobre a vida das pessoas.

A incontinência urinária

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, uma em cada 25 pessoas sofre de incontinência urinária no Brasil.

Conhecemos três tipos de incontinência urinária.

  1. Incontinência de esforço é quando a perda de urina acontece ao realizar algum tipo de estímulo físico, como tossir, rir, fazer exercícios entre outros.
  2. Já a de urgência, é quando ocorre o desejo súbito de urinar em meio às atividades diárias e acontece um escape antes de chegar ao banheiro.
  3. Por fim, a mista é a junção dos dois tipos, sendo que o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a micção pela uretra.

O diagnóstico inicia-se pela história e exame físico. Na história é importante atenção para o “diário miccional” – em geral 3 dias (os horários, volume de urina, frequência das micções, frequência do uso de absorventes, episódios de incontinência (perda de urina) e a ingestão de líquidos). Ainda relacionado aos antecedentes, histórias do número de partos normais e cesáreas, peso dos recém-nascidos, necessidade de parto instrumentalizado, hábito intestinal, doenças neurológicas. No exame físico, atenção para o exame pélvico em busca de distopias do assoalho pélvico.

Complementando a investigação, cultura de urina para afastar quadros infecciosos e ultrassonografia para avaliar resíduo pós-miccional em todas as pacientes. O clássico “teste do cotonete” (verificação de mobilidade uretral) pode ser substituído pelo exame clínico e visual ginecológico notando perda urinária. A urodinâmica, pelo último guideline, deve ser reservada para mudança de tratamento ou falhas nos tratamentos iniciais.

O tratamento compreende:

  1. Conservador
    • micção programada
    • controle ingesta líquida
    • cessar tabagismo
    • evitar cafeína
    • perda de peso
    • tratar constipação
    • pessários
    • fisioterapia pélvica
  1. Medicamentoso
    • antimuscarínicos
    • duloxetina
    • desmopressina
    • terapia hormonal tópica
    • não usar estrogênio sistêmico para tratar IU.
  1. Cirúrgico
    • Botox
    • auto sondagem vesical
    • cistoplastia
    • colpossuspensão (laparoscópica, Burch, faixa autóloga, Sling de uretra média)

Como visto, incontinência urinária é um problema que aflige muitas mulheres e homens, mas tem solução, ou pelo menos melhora da qualidade de vida, se bem diagnosticado, tratado de forma eficaz. O problema ainda reside na vergonha que muitos homens e mulheres têm de sua condição e ficam com receio de procurar ajuda.

Referências bibliográficas:

  • Sussman RD, Syan R, Brucker BM. Guideline of guidelines: urinary incontinence in women. BJU Int. 2020 May;125(5):638-655. doi: 10.1111/bju.14927. Epub 2020 Mar 8. PMID: 31625673.

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