A ventilação mecânica consiste em um método de suporte para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. Embora as descrições da prática e seus custos tenham sido relatados ao longo das últimas décadas, pouco tem sido referido a partir do Extremo Oriente e nada da China. Diferente das nações ocidentais, a ventilação mecânica não se tornou amplamente disponível na China até a década de 1980.
Dados epidemiológicos de ventilação mecânica em Pequim, China, foram obtidos pela primeira vez através de um estudo observacional prospectivo. Este estudo teve como objetivo avaliar a prática contemporânea, os desfechos e os custos relacionados à ventilação mecânica entre UTIs.
Foram analisadas 14 UTIs entre 13 hospitais localizados em Pequim de março de 2011 a março de 2012. A população do estudo consistiu de adultos (> 18 anos) admitidos nas UTIs participantes e que receberam ventilação mecânica invasiva por pelo menos 24 horas consecutivas nas primeiras 48 horas de internação na UTI.
No total, 793 pacientes foram avaliados. A média de idade foi de 64 anos e 63% eram do sexo masculino. Insuficiência respiratória aguda representou 85,5% dos casos de ventilação mecânica. Apenas 4,7% dos pacientes receberam ventilação mecânica para exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). As principais causas de insuficiência respiratória aguda foram pós-operatório (41,6%), pneumonia (15,4%), síndrome da angústia respiratória agud (9,6%), sepse (6,3%) e insuficiência cardíaca congestiva (5,8%).
O modo de ventilação mais utilizado foi a combinação de ventilação mandatória intermitente sincronizada com pressão de suporte (43,6%).
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O uso de ventilação protetora pulmonar foi generalizado com volumes correntes de 7,1 mL/kg (2,1 mL/kg). Não foram observadas diferenças significativas no ajuste do volume corrente entre os pacientes. A mortalidade hospitalar/UTI foi de 27,6%/29,3%, respectivamente (8,5%/9,7% para os pacientes cirúrgicos e 41,3%/43,2% para os outros pacientes, respectivamente).
A média do custo UTI/hospitalar por paciente foi de US$ 15.271 (desvio padrão [DP]: 18.940) / US$ 22.946 (DP: 25.575), respectivamente. A média do custo diário de UTI por paciente foi de US$ 1.212, e entre o custo total da UTI, os custos de medicamentos foram de 42,2%, seguido por materiais médicos descartáveis (20,1%), custo de investigação laboratorial (15%) e custo de mão-de-obra (8,7%).
Em comparação com outras nações, os pacientes chineses são mais velhos, predominantemente do sexo masculino. Apresentaram custo relativamente alto e alta mortalidade. A população idosa em expansão prediz aumentar a demanda por ventilação mecânica que deve ser atendida pela melhoria contínua da qualidade e eficiência dos serviços de cuidados intensivos.
Referências:
- Ye Y, Zhu B, Jiang L, Jiang Q, Wang M, Hua L, et al. A Contemporary Assessment of Acute Mechanical Ventilation in Beijing. Crit Care Med. 2017 Apr 18. doi:10.1097/CCM.0000000000002360. [Epub ahead of print]
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