Confira as principais as novidades na sessão de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) apresentadas no International Symposium on Intensive Care & Emergency Medicine (ISICEM 2025), realizado em Bruxelas, na Bélgica.
Titulação de PEEP na ECMO
O professor francês Mathieu Schimidt apresentou uma palestra interessante sobre a titulação da PEEP em pacientes em ECMO, destacando que o princípio fundamental é manter o pulmão recrutado enquanto se limita a exposição ao mechanical power e à driving pressure (1).
Entre as estratégias citadas para otimizar essa titulação, destacam-se:
- Tomografia de impedância elétrica, para avaliar a distribuição da ventilação e o ponto de cruzamento entre colapso e hiperdistensão alveolar.
- Razão recrutamento/insuflação (Recruitment/Inflation Ratio), que auxilia na identificação do ponto ideal de recrutamento alveolar;
- Avaliação da pressão transpulmonar expiratória por meio do cateter de pressão esofágica, permitindo estimar a pressão pleural e, consequentemente, a pressão esofágica, tornando a titulação da PEEP mais individualizada.
Confira também outros destaques do ISICEM 2025: Sesar Trial, Monitorização Hemodinâmica e mais!
Transfusão na ECMO
O professor Alexander Vlaar discutiu os limiares transfusionais em pacientes em ECMO veno-venoso (VV), destacando a grande variabilidade dos valores na literatura.
- A Sociedade Europeia de Medicina Intensiva (ESICM) recomenda um limiar mais restritivo (Hb < 7 g/dL);
- A Sociedade de Suporte Extracorpóreo (ELSO) sugere um limiar mais liberal (Ht > 40% ou Hb > 8,25 g/dL).
Uma revisão sistemática apontou benefícios na estratégia de transfusão restritiva (2), e um ensaio clínico randomizado liderado pelo próprio professor Vlaar, comparando limiares de 7 g/dL e 9 g/dL, está em andamento para fornecer mais evidências sobre o tema.
Exames de imagem na ECMO
O professor Luigi Camporota destacou que, apesar dos desafios logísticos do transporte de pacientes em ECMO, a realização de tomografia computadorizada (TC) pode ser fundamental em determinados cenários:
- TC de crânio para pacientes que não despertam, devido à alta incidência de complicações hemorrágicas e trombóticas;
- TC para investigação de choque de origem indeterminada, especialmente para identificar focos infecciosos atípicos, como colite;
- Angiotomografia após a decanulação, considerando a alta incidência de complicações vasculares, como trombose, hemorragia retroperitoneal e pseudoaneurisma (3).
Veja também: Confira os principais destaques do congresso ISICEM 2023
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