Nos últimos tópicos foram relacionados os principais indicadores assistenciais da terapia intensiva, como a taxa de infecção de corrente sanguínea, taxa de pneumonia associada a ventilação mecânica, incidência de lesões associadas ao decúbito, entre outros. Surge, então, o grande desafio de chegar ao resultado esperado, e mais difícil, mantê-lo: a auditoria clínica.
Os hospitais têm utilizado como forma de gestão o conceito de governança clínica, que possui dentro de seus principais elementos a auditoria clínica. A mesma consiste na avaliação crítica e contínua dos processos relacionados à assistência, assim como os procedimentos relacionados.
Instrumentos de auditoria (checklist, ficheiros, software de notificações, etc) devem ser criados de acordo com a realidade do hospital e implementados de acordo com as fragilidades. Podemos exemplificar facilmente com a prevenção de ICS. No momento do procedimento, o médico responsável é avaliado por outro profissional de saúde quanto às etapas do processo: lavagem adequada das mãos, uso correto de capote, degermação, sítio adequado de punção…
Esta avaliação deve ter um caráter informativo, nunca punitivo e as não conformidades encontradas devem ser tratadas no momento do procedimento.
Cito este exemplo pois, além de comum e atual, coloca o médico numa situação diferente do habitual. Sim, todos serão auditados, independente da função que exerçam no hospital. Alguns podem sentir desconforto, mas este é o caminho para que a multidisciplinaridade exerça sua verdadeira função, sempre focando na segurança do paciente.
Os resultados dessas auditorias devem ser expostos para toda equipe assistencial, discussões devem ser incentivadas e programas de treinamento realizados de acordo com as fragilidades encontradas, fechando-se assim o ciclo contínuo entre auditoria-resultado-treinamento.
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