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Terapia Intensiva23 outubro 2023

ESICM 2023: Acúmulo de fluidos em pacientes críticos

O racional da administração de fluidos é aumentar o débito cardíaco, aumentando a oferta tecidual de oxigênio.

Nesta sessão do Congresso Europeu de Medicina Intensiva (ESICM 2023), o Prof. Manu Malbrain apresentou uma aula apresentando o racional da administração de fluidos, efeitos adversos e como evitar a sobrecarga volêmica. 

ESICM 2023: Sessão hot topics

ESICM 2023: Sessão hot topics

Introdução 

O racional da administração de fluidos é aumentar o débito cardíaco, aumentando a oferta tecidual de oxigênio. Entretanto, equilibrar a quantidade de fluidos a ser administrada é uma tarefa difícil, uma vez que tanto a hipovolemia quanto a hipervolemia podem resultar em injúria renal aguda e outras disfunções orgânicas. 

Oligúria e hipotensão são as causas mais comuns de administração de fluidos em terapia intensiva.  

Como definir fluido-responsividade e fluido-tolerância? 

  • Fluido-responsividade → Aumento de 10-15% do débito cardíaco após infusão de 500ml de volume 
  • Fluido-tolerância → Quantidade máxima de fluidos que pode ser ofertada sem provocar disfunção orgânica.

Devemos lembrar que fluido-responsividade é diferente da necessidade da administração de fluidos.  Só devemos administrar fluidos nos pacientes fluido-responsivos na presença de sinais de hipoperfusão. 

O que é a síndrome de acumulação de fluidos? 

Síndrome de acumulação de fluidos é definida pelo acúmulo de fluidos associado a disfunção orgânica. 

Mas, de onde vem todo esse fluido? 

  • Ressuscitação → 30ml/kg na Surviving Sepsis. 
  • Fluidos de manutenção → 1ml/kg/hr ou 25ml/kg/dia.  
  • Fluidos de reposição →Reposição de perdas por exemplo gastrointestinal. 
  • Nutrição → Necessidades calóricas diárias. 
  • Fluid Creep → Veículo para diluição de medicações e reposição de eletrólitos. 

“Fluid Creep” é responsável por até 1/3 dos fluidos administrados aos pacientes. 

O que seria o uso racional de fluidos?

Uma série de intervenção coordenadas, implementadas com objetivo de selecionar o tipo de fluido mais adequado, determinar a dose mais apropriada e estabelecer a duração da terapia que resulte no melhor desfecho clínico, evitando eventos adversos e reduzindo custos. 

Mensagens para prática

  • Balanço hídrico positivo está associado a disfunção orgânica, aumento de custos e piores desfechos. 
  • Atenção ao “Fluid Creep”. Devemos transicionar medicações para via oral assim que possível.
  • Evitar solução de manutenção e caso necessário preferência por soluções hipotônicas e balanceadas (Pobres em Cloro).   
  • Evitar solução salina 0,9% pelo risco de hipernatremia e acidose metabólica. 
  • Oferta calórica-proteica deve ser ofertada pela via enteral assim que possível. 

Confira aqui todos os destaques do ESICM 2023!

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