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Terapia Intensiva7 janeiro 2025

Efeitos hemodinâmicos da cetamina e fentanil no choque séptico 

Estudo teve como objetivo comparar os efeitos da cetamina versus fentanil em bolus em pacientes com choque séptico.
Por Julia Vargas

A sedação destinada aos indivíduos com choque séptico em ventilação mecânica é um desafio em decorrência dos impactos hemodinâmicos das fármacos rotineiramente empregados. Nesse aspecto, uma distinção relevante se faz entre a cetamina e o fentanil.

A cetamina é um derivado da fenciclidina que atua como um antagonista não competitivo do receptor de N-metil-D-aspartato (NMDA) e é dotada de propriedades anestésicas e analgésicas. Dessa forma, conta com relativa estabilidade hemodinâmica, sem agravar a hipotensão arterial, além de não deprimir o drive respiratório.

O fentanil, por sua vez, é um opioide potente capaz de deprimir a função miocárdica e agravar a hipotensão arterial ao induzir a vasodilatação periférica. 

Um ensaio clínico randomizado (RCT) distribuiu cerca de 90 adultos com choque séptico, sob ventilação mecânica e com demanda por sedação em bolus em dois braços: 

  • Cetamina endovenosa (1 mg/kg); 
  • Fentanil endovenoso (1 mcg/kg).  

A comparação entre os grupos foi pautada nas seguintes variáveis hemodinâmicas, avaliadas em 3, 6, 10 e 15 minutos após a intervenção: 

  • Débito cardíaco (DC);  
  • Volume sistólico (VS);  
  • Frequência cardíaca (FC); 
  • Pressão arterial média (PAM). 

O desfecho primário foi a variação em percentual do DC no 6° minuto. Os desfechos secundários incluíram outras variáveis hemodinâmicas e a incidência de hipotensão pós-indução. 

Resultados: cetamina versus fentanil

O DC avaliado no 6° minuto aumentou significativamente no grupo da cetamina (+71%) e diminuiu no grupo do fentanil (-31%), com p valor < 0,001. 

A cetamina resultou em aumento significativo de DC, VS, FC e PAM em todos os tempos analisados em comparação ao fentanil. Por outro lado, não houve diferença significativa na incidência de hipotensão pós-indução entre os grupos e nenhum paciente precisou de doses adicionais de sedativos após a administração inicial. 

Saiba mais: Tórax rígido na anestesia: como proceder?

Conclusão e Aplicabilidade Clínica 

  • A cetamina se apresenta como uma opção provavelmente mais segura, sob o aspecto hemodinâmico, para a sedação em bolus entre pacientes críticos com choque séptico sob ventilação mecânica, reduzindo a demanda por drogas vasopressoras. 
  • A reprodutibilidade desses achados deve ser avaliada em novos ensaios clínicos randomizados antes que a cetamina possa ser definida como a droga de escolha para a sedação no choque séptico. 

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Julia Vargas

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