A epistaxe, popularmente conhecida como sangramento nasal, é a principal emergência otorrinolaringológica. Estima-se que cerca de 60% das pessoas no mundo apresentarão epistaxe pelo menos uma vez na vida. Apenas 6% dos casos necessitam de intervenção médica. Você sabe como tratar o sangramento?
De acordo com a origem do sangramento, a epistaxe pode ser classificada em:
- Anterior:
- Cauterização nasal:
A cauterização nasal pode ser usada para tratamento de sangramentos anteriores quando o ponto de sangramento é visível pela rinoscopia anterior.
Porém, com o uso do endoscópio nasal, sangramentos posteriores também podem ser abordados com a cauterização. A cauterização pode ser química, com ácido tricloroacético ou nitrato de prata, ou elétrica, com eletrocautério mono ou bipolar. E sempre se faz necessário o uso das soluções anestésicas-vasoconstritoras.
A cauterização química costuma ser realizada com ácido tricloroacético a 80%. Após anestesia e vasoconstrição local com cotonoides embebidos em solução apropriada, identifica-se o ponto sangrante, geralmente pela rinoscopia anterior, e se aplica algodão embebido no ácido.
A cauterização química deve ser utilizada para sangramentos de pequena intensidade, já que nos sangramentos mais graves o fluxo do sangue acaba por “lavar” o ácido aplicado, antes de sua ação efetiva. Costuma-se cauterizar uma pequena área ao redor do ponto sangrante inicialmente, caminhando-se em direção centrípeta.
Devemos resistir à tentação de cauterizar grandes áreas do septo ou cauterizar seguidas vezes um mesmo ponto ou, ainda, cauterizar uma mesma região dos dois lados do septo, sob risco de perfuração septal.
A cauterização elétrica pode ser feita via rinoscopia anterior ou endoscopia nasal, portanto pode ser utilizada em sangramentos posteriores. Além disso, ela é eficaz em sangramentos mais graves, diferentemente da cauterização química.
Nesses casos, devemos injetar anestésicos locais na mucosa nasal bilateralmente, devido à corrente elétrica ser transmitida pelo septo para o outro lado. A cauterização pode ser realizada com eletrocautério mono ou bipolar ou, ainda, com aspiradores-coaguladores. Estes últimos facilitam a identificação do ponto sangrante e controle de hemostasia. Novamente, evitar cauterização excessiva bilateral na mesma região do septo, sob risco de perfuração.
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Referências:

- mais comum em crianças;
- normalmente na área de Kiesselbach;
- geralmente de origem venosa
- costumam ser menos graves
- mais comum em idosos;
- normalmente no septo posterior ou parede lateral;
- geralmente de origem arterial
- costumam ter prognóstico mais grave
- O ABC básico é sempre a avaliação inicial. Garantir a via aérea com intubação orotraqueal ou traqueostomia pode ser necessário nos casos de choque hemorrágico. Oxigenação é importante principalmente nos cardiopatas.
- Acesso venoso calibroso é fundamental nos pacientes com sangramento ativo intenso. Ao puncionar a veia, colhe-se sangue para hemograma, coagulograma e tipagem sanguínea e se inicia hidratação vigorosa quando há repercussão hemodinâmica.
- Sempre que possível, manter o paciente sentado, para evitar deglutição de coágulos.
- Aspiração nasal cuidadosa dos coágulos melhora bastante a visualização da cavidade nasal, mas é fundamental a utilização de cotonoides embebidos em soluções tópicas vasoconstritoras (adrenalina 1:100.000, fenilefrina 1% ou oximetazolina 0,05%) associadas a anestésicos (lidocaína 2% ou neotutocaína 2%).
- O paciente com epistaxe costuma estar extremamente ansioso, com hipertensão arterial secundária à ansiedade, o que piora o sangramento.
- Manter a calma e tentar acalmar o paciente são ações necessárias.
- Compressas geladas sobre o dorso nasal auxiliam, pois têm efeito vasoconstritor.
- Compressão digital com o polegar e o indicador se constitui na primeira medida a ser tomada, enquanto outras medidas são preparadas. Ao menos cinco minutos de compressão devem ser efetuadas para tentativa de hemostasia.

- Epistaxe: diagnóstico e tratamento. Eduardo Macoto Kosugi, Leonardo HigaNakao, José Arruda Mendes Neto, Bruno Borges C. Barros, Luiz Carlos Gregório. https://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5933.
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