Logotipo Afya
Anúncio
Saúde28 novembro 2024

Ultraprocessados e álcool custam cerca de R$ 28 bilhões anuais ao SUS 

Estudos apontam 160 mil mortes anuais relacionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados além de bilhões em custos diretos e indiretos

Pesquisas da Fiocruz, em parceria com as ONGs ACT Promoção da Saúde e Vital Strategies, apontam que alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas geram gastos anuais de R$ 28 bilhões ao Sistema Único de Saúde. 

Os custos diretos com ultraprocessados somam R$ 933,5 milhões, enquanto os indiretos, como mortes prematuras, chegam a R$ 10,4 bilhões. O consumo de álcool adiciona R$ 18,8 bilhões ao montante.  

Os dados obtidos através da pesquisa sugerem que algumas medidas devem ser adotadas, como a cobrança de impostos seletivos para desestimular o consumo desses produtos e financiar políticas públicas, o que ajudaria a reduzir doenças como diabetes, hipertensão e obesidade. 

A inclusão desses impostos na reforma tributária também é defendida como forma de justiça fiscal e de financiamento do SUS. Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies no Brasil, destaca que essa abordagem visa compensar os custos sociais e de saúde causados por setores que lucram com produtos prejudiciais. 

Números alarmantes do impacto de ultraprocessados e álcool

O consumo de ultraprocessados e de álcool está relacionado a 57 mil e 105 mil mortes anuais, respectivamente. Especialistas estimam que a adoção de impostos seletivos poderia evitar até 40 mil mortes por ano. 

Além de impactos diretos na saúde, como doenças graves e mortes, o estudo aponta efeitos indiretos do álcool, como aumento na violência doméstica e acidentes de trânsito. 

Ultraprocessados e álcool custam cerca de R$ 28 bilhões anuais ao SUS 

Custos ocultos 

No início do mês, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação divulgou o relatório State of Food and Agriculture (SOFA) 2024, que revelou que os custos ocultos da cadeia alimentar global somam cerca de US$ 12 trilhões anuais. 

De acordo com o documento, desse total, 70% (US$ 8 trilhões) estão ligados a padrões alimentares prejudiciais à saúde e doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), superando os impactos de degradação ambiental e desigualdades sociais. 

Pesquisadores identificaram 13 fatores de risco alimentar: como baixo consumo de grãos integrais, frutas e vegetais, excesso de sódio e ingestão elevada de carnes processadas. Esses custos de saúde predominam em sistemas alimentares mais industrializados. 

O SOFA 2024 aponta ainda os diversos impactos ambientais e sociais causados pela agricultura insustentável e pelos sistemas tradicionais de produção agrícola.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Saúde