Tese da USP revela impacto das oscilações climáticas na mortalidade de idosos
Uma tese de doutorado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP investigou de que forma oscilações climáticas, como as registradas pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia, no Brasil em 2024, impactam na mortalidade em pessoas com 65 anos ou mais.
Intitulada “O impacto das ondas de frio e de calor na mortalidade em São Paulo: uma análise espaço-temporal do excesso de mortalidade de pessoas com 65 anos ou mais de idade”, a pesquisa revelou que esses eventos aumentam a mortalidade entre idosos, particularmente em grandes centros urbanos como São Paulo, onde a desigualdade socioeconômica agrava a vulnerabilidade.
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A tese utilizou dados de temperatura, umidade, poluição do ar, óbitos e variáveis demográficas e socioeconômicas em pessoas nessa faixa etária. Os resultados mostraram uma ligação significativa entre extremos de temperatura e mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias, com ondas de calor sendo particularmente perigosas para os idosos.
A intensidade da Ilha de Calor Urbano (ICU) – áreas urbanas mais quentes devido à atividade humana e falta de vegetação – e o nível de renda foram identificados como fatores que influenciam o risco, sendo as áreas de baixa renda as mais vulneráveis.
Finalidade
A tese destaca a importância de considerar variações extremas de temperatura e sugere a implementação de políticas de saúde para mitigar seus impactos. Entre as recomendações feitas ao final da tese, estão a instalação de sistemas de alerta para idosos, criação de abrigos de refrescamento durante ondas de calor, distribuição de água e frutas para pessoas em situação de rua, programas de assistência social com visitas domiciliares regulares, campanhas de conscientização sobre riscos associados a temperaturas extremas e melhorias no saneamento básico para garantir acesso à água e conforto térmico.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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