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Um dos maiores mitos da medicina é que o infarto agudo do miocárdio (IAM) sempre causa dor precordial em aperto. É fundamental que tanto os pacientes quanto os médicos estejam atentos aos sintomas menos conhecidos do IAM. O diagnóstico precoce pode salvar vidas, uma vez que metade das mortes acontece nas primeiras horas depois dos sintomas iniciais.
“O IAM tem como principal sintoma a dor precordial retroesternal. Essa dor costuma durar mais de 30 minutos, sendo do tipo queimação, aperto ou pressão. Mas também não devemos descartar apresentações mais atípicas do infarto, como uma dor que piora com a movimentação ou a respiração”, explica o cardiologista Cláudio Tinoco, diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj).
Mas em muitos pacientes a dor não é o principal sintoma do infarto ou até mesmo o indivíduo não percebe esse sinal como dor. A pessoa pode identificar esse desconforto como uma sensação de azia, de peso, de incômodo ou até mesmo de um “episódio de bronquite”. Em muitos pacientes, a queixa é a dispneia de aparecimento súbito.
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“A falta de ar de aparecimento súbito em pacientes com fatores de risco para doenças coronarianas, como diabetes, hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo ou até histórico de doenças cardíacas prévias, como ponte de safena ou infarto anterior, deve chamar a atenção do médico”, alerta o cardiologista.
Outros sintomas como náuseas, vômitos, parestesia no braço, às vezes até uma lipotimia, também podem sinalizar o infarto. O especialista enfatiza que é preciso lembrar que 25% dos infartos ocorrem de forma silenciosa, somente sendo detectados através da realização de exames.
“Como podemos perceber, o infarto do miocárdio tem uma apresentação muito rica, muito variada, com um quarto das pessoas não apresentando nenhum sintoma. Por isso, os médicos devem ter sempre um grau de suspeita em pacientes com os fatores de risco e que aparecem se queixando de algo de diferente”, ressalta Tinoco.
Recomendações
Um dado importante é que em 50% das pessoas que têm doenças coronariana, a primeira manifestação é o infarto do miocárdio ou a morte súbita. Por esse motivo, é tão importante que os médicos enfatizem com os seus pacientes a necessidade da prevenção e da observação dos possíveis sintomas.
Lembre-se que, quando se trata do coração, é muito melhor pecar pelo excesso de cuidado do que o contrário, pois a negligência ou a demora no socorro pode ser fatal.
A saúde do coração gera preocupação
A prevenção e a redução da incidência de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente as cardiovasculares, é uma das dez metas globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2019. O objetivo é que haja atendimento médico-hospitalar para um bilhão a mais de pessoas este ano, em comparação com números de 2018.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
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