Com o objetivo de reduzir vazios assistenciais e qualificar a formação de profissionais da saúde, o Ministério da Saúde lançou, no dia 13 de maio, um novo edital de apoio técnico voltado à criação de programas de residência médica e multiprofissional. A proposta busca ampliar o acesso da população a especialistas, com foco em regiões com menor cobertura de serviços de saúde, contribuindo para a redução do tempo de espera por atendimentos no SUS.
Inscrições e critérios de seleção
A iniciativa, que terá inscrições abertas entre 19 e 30 de maio de 2025 por meio da plataforma UNA-SUS, é voltada a órgãos e instituições públicas e privadas interessadas em implementar novos programas de residência. A seleção dará prioridade a projetos em áreas e especialidades estratégicas para o SUS, como ginecologia e obstetrícia, pediatria, neonatologia, medicina intensiva pediátrica, cirurgia oncológica, radioterapia, oftalmologia e cardiologia.
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O Ministério da Saúde informou que serão priorizadas instituições com infraestrutura adequada, integração com a rede pública de saúde local e compromisso com a formação qualificada de residentes. A preferência será dada a municípios com altos índices de vulnerabilidade social, baixa concentração de especialistas por habitante e onde ainda não existem programas de residência em funcionamento.
Desigualdade no acesso à saúde
O lançamento do edital acontece em resposta aos dados da Demografia Médica 2025, que evidenciam desigualdades na distribuição de médicos especialistas pelo Brasil. De acordo com o estudo, mais da metade dos especialistas do país estão concentrados na região Sudeste (55,4%), seguida pelas regiões Sul (16,7%), Nordeste (14,5%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (5,9%).
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Investimentos
Atualmente, o Ministério da Saúde é o principal financiador de bolsas de residência no país. O governo federal considera a residência médica e multiprofissional um modelo de referência na formação de especialistas e elemento central para o fortalecimento da gestão e das redes de atenção à saúde do SUS.
Entre 2023 e 2024, o investimento na formação de residentes superou R$ 3 bilhões, voltados à capacitação de profissionais para uma atuação interprofissional, voltada à equidade, cidadania, cuidado integral e à educação permanente em saúde. A nova ação reforça o compromisso com a interiorização da especialização e a redução das desigualdades no acesso à saúde no Brasil.
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