Recentemente, o órgão americano Centers for Disease Control and Prevention (CDC) divulgou, no Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR), que a eliminação do tétano materno e neonatal (TMN) foi alcançada por 80% dos 59 países identificados em 1999 como ainda em risco de infecção. O tétano materno e neonatal continua a ser uma das principais causas de mortalidade neonatal com uma taxa de letalidade de 80% a 100% entre mães insuficientemente vacinadas após partos não higiênicos, especialmente em países de baixa renda.

O relatório
De acordo com a publicação, durante o período 2000 a 2020, 47 países alcançaram a eliminação do tétano materno e neonatal. Além disso, no mesmo período, os casos de tétano neonatal notificados diminuíram 88%. Já os óbitos estimados, diminuíram 92%. Apesar do progresso, doze países não alcançaram a eliminação e são desafiados por conflitos, insegurança e prioridades concorrentes. São eles: Afeganistão, Angola, Guiné, Mali, Nigéria, Paquistão, Papua-Nova Guiné, República Centro-Africana, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Iêmen.
O relatório do MMWR destaca também que no período de 2000 a 2020, 52 países prioritários realizaram atividades suplementares de imunização (ASI) para a vacina contendo toxoide tetânico e que 168 a 250 milhões de mulheres receberam duas ou mais doses da vacina. Ademais, desde o ano 2020, 59 milhões de mulheres alvo de proteção permaneceram não alcançadas, e as atividades de ASI destinadas a atingir cerca de 16 milhões de mulheres em idade reprodutiva em cinco países tiveram que ser adiadas devido a interrupções relacionadas a pandemia de Covid-19.
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A Agenda de Imunização 2030 (uma estratégia global de imunização para a próxima década) inclui a eliminação do tétano materno e neonatal como uma meta aprovada de eliminação de doenças evitáveis por vacinação. A publicação destaca que, para alcançar a eliminação do TMN nos demais países prioritários e mantê-la globalmente, são necessários esforços para melhorar a vacinação de rotina, integrar as atividades do tétano com outras atividades de saúde e promover uma abordagem de vacinação ao longo da vida para proteção contra a doença.
Autoria

Roberta Esteves Vieira de Castro
Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença ⦁ Residência médica em Pediatria pelo Hospital Federal Cardoso Fontes ⦁ Residência médica em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Saúde Materno-Infantil (UFF) ⦁ Doutora em Medicina (UERJ) ⦁ Aperfeiçoamento em neurointensivismo (IDOR) ⦁ Médica da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ ⦁ Professora adjunta de pediatria do curso de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques ⦁ Membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Pediatria do IDOR no Rio de Janeiro ⦁ Acompanhou as UTI Pediátrica e Cardíaca do Hospital for Sick Children (Sick Kids) em Toronto, Canadá, supervisionada pelo Dr. Peter Cox ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) ⦁ Membro do comitê de sedação, analgesia e delirium da AMIB e da Sociedade Latino-Americana de Cuidados Intensivos Pediátricos (SLACIP) ⦁ Membro da diretoria da American Delirium Society (ADS) ⦁ Coordenadora e cofundadora do Latin American Delirium Special Interest Group (LADIG) ⦁ Membro de apoio da Society for Pediatric Sedation (SPS) ⦁ Consultora de sono infantil e de amamentação ⦁ Instagram: @draroberta_pediatra
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