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Saúde4 junho 2020

Pesquisadores da USP desenvolvem ventilador pulmonar 15 vezes mais barato

Um grupo de engenheiros da USP desenvolveu um ventilador pulmonar emergencial que foi enviado para a aprovação Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Por Úrsula Neves

Um grupo de engenheiros da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) desenvolveu um ventilador pulmonar emergencial muito mais barato que a média que foi enviado para a aprovação Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizado no combate a pandemia do novo coronavírus.

Foram realizados com sucesso testes com quatro pacientes nas dependências do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC) da USP, entre os dias 17 e 19 de abril, com as orientações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e sob a coordenação do professor José Otávio Auler Junior, da Faculdade de Medicina.

Além da pesquisa realizada no HC, testes com animais e avaliações técnicas também comprovaram a eficiência do respirador, sob a orientação de professoras da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ).

Leia também: Para OMS, doença causada pelo novo coronavírus pode se tornar endêmica

Ventilador pulmonar mais barato projetado por engenheiros da escola politécnica da USP

Ventilador mais barato pode ser fabricado em pouco tempo

O aparelho chamado de Inspire pode ser fabricado em apenas duas horas e custa 15 vezes menos do que os similares comerciais mais baratos. Enquanto os ventiladores convencionais custam, em média, R$ 15 mil, o valor do protótipo criado na USP é de apenas R$ 1 mil.

Outra grande vantagem é que o protótipo pode ser produzido com peças encontradas no país, ou seja, não necessita de componentes importados.

Como foi produzido o ventilador?

A equipe coordenada pelo professor da Poli, Raul González Lima é formada por aproximadamente 40 pesquisadores da Poli-USP, entre engenheiros biomédicos, mecânicos, mecatrônicos, eletrônicos e de produção, estudantes e representantes da iniciativa privada.

Para acelerar as avaliações técnicas, foi utilizada uma bexiga de aniversário, feita de borracha, para encher de ar o respirador para verificar se o aparelho era capaz de controlar variáveis como pressão e vazão do oxigênio.

É importante ressaltar que a Poli/USP é responsável pelo projeto, mas não pela fabricação do protótipo, que deverá ser realizada por empresas com autorização da Anvisa.

Vaquinha virtual

A equipe da Poli/USP, que organizou uma vaquinha virtual para conseguir fundos para o projeto, se surpreendeu com a quantia de R$ 161 mil arrecadada. A expectativa era conseguir juntar em torno de R$ 20 mil.

“Isso mostra que temos uma sociedade extremamente generosa. E estamos tentando responder a essa generosidade da forma mais responsável e séria possível, a despeito da gravidade da situação”, contou o professor Marcelo Knorich Zuffo, da Poli/USP, em entrevista ao Portal G1.

Parceria com a Marinha

A USP e o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) estão se preparando para começar a produção em escala do ventilador pulmonar emergencial nas próximas semanas. Antes, porém, o protótipo passará por novos testes laboratoriais antes de ser submetido à Anvisa.

A agência afirma que a análise do equipamento será tratada como prioritária e que não há outros itens na mesma fila de produtos ligados ao combate à Covid-19. A expectativa é que a análise demore cerca de 20 dias.

A estimativa inicial é que o CTMSP tenha capacidade para produzir entre 25 e 50 ventiladores pulmonares por dia, podendo ser ampliada caso haja necessidade.

 Confira o vídeo: Projeto INSPIRE – Ventilador Pulmonar Aberto de Baixo Custo – 1/4/2020

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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