Poucas profissões invocam um conjunto tão abrangente de questões éticas como a medicina. Os médicos de hoje estão sob uma enorme pressão para controlar os custos, mantendo a qualidade, a produtividade e utilizando novas tecnologias. Uma pesquisa americana sobre ética entrevistou mais de 21 mil médicos, de 25 especialidades, que compartilharam seus pensamentos e experiências sobre questões preocupantes como:
- Suicídio assistido;
- Tratamento "fútil";
- Alocação de recursos médicos escassos com base na idade do paciente;
- Prescrição de placebo;
- Romance com pacientes;
- Esconder ou não um erro prejudicial;
Alocação de recursos médicos escassos com base na idade do paciente
Preocupações sobre a discriminação baseada na idade permanecem. Confrontados com uma questão teórica "você alocaria recursos para um paciente mais jovem em vez de um mais velho?", cerca de 38% dos médicos respondeu não, 26% disseram que sim, e ainda mais 36% afirmaram que depende da situação. Os médicos mais jovens (com idade entre 28 e 34 anos) foram os mais propensos a responder sim (32%) ou depende (37%), enquanto os mais velhos (com idade ≥ 70 anos) foram os menos propensos a responder sim (22%) ou depende (34%).
Nos comentários, muitos médicos escreveram que a idade é um fator determinante no quão bem um paciente tolerará e responderá a um tratamento e, portanto, uma consideração terapêutica válida. Para os pesquisadores, as respostas são uma indicação de que os médicos - especialmente os que entraram recentemente no campo - estão saindo de um modelo de defesa ("eu ajudo meus pacientes a conseguirem o que querem sem consideração pela sociedade") e passando para um modelo de administração ("eu tenho que considerar as necessidades da sociedade").
Prescrição de placebo
Você prescreveria placebo a um paciente que não precisa de tratamento, mas é inflexível sobre receber? Muitos médicos afirmaram que estariam dispostos a prescrever um placebo, se o paciente insistisse muito nos cuidados. Nos casos dos profissionais que trabalham em emergências, passar tempo discutindo com pacientes inflexíveis pode ser prejudicial para os outros que estão à espera de atendimento.
Romance com pacientes
Nos últimos anos, as atitudes dos médicos em relação a romance com pacientes tem relaxado um pouco. Em uma pesquisa americana feita em 2010, apenas 1% dos médicos respondeu que seria aceitável se envolver com um paciente, embora outros 12% aceitaria um romance 6 meses ou 1 ano após o indivíduo deixar de ser um paciente.
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Nessa última pesquisa, a porcentagem de médicos que aceitariam se envolver com um paciente 6 meses ou 1 ano depois da consulta subiu para 22%; a porcentagem de "não é aceitável" caiu 15 pontos.
Esconder ou não um erro prejudicial
Quando se trata de assumir um erro prejudicial que afetaria um paciente, 91% dos médicos dizem que honestidade é a única política. Apesar desse consenso quase unânime, 6% dos entrevistados dizem que há ou poderia haver situações em que seria aceitável encobrir ou deixar de divulgar um erro.
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Referências:
- Life-and-Death Decisions That Keep Doctors Up at Night. Medscape. Dec 16, 2014.
Autoria

Redação Afya
Produção realizada por jornalistas da Afya, em colaboração com a equipe de editores médicos.
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