Relatório da Organização Mundial da Saúde publicado este ano aponta que o mundo, principalmente em países pobres e em desenvolvimento, vive um problema de falta de acesso a opioides, como a morfina, substância essencial no tratamento da dor, principalmente em pacientes oncológicos e em cuidados paliativos.
A OMS destaca que o acesso seguro a morfina é um importante tema de saúde pública, mas que diversas barreiras como estruturas burocráticas, disponibilidade de recursos, legislação, políticas públicas e serviços disponíveis aos pacientes dificultam a distribuição da substância para quem precisa.
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Disparidade
De acordo com o relatório, dados de 2021 mostraram que 80% da morfina disponível no mundo estava concentrada principalmente em países ricos. Essa disparidade faz com que 1 em cada 4 entrevistados pela OMS, pertencentes a países de baixa e média renda, declarassem que menos da metade das vezes que a morfina foi necessária para uso médico ela estava disponível, enquanto as informações dos países ricos indicavam que neles essa razão era de 1 a cada 25.
O que fazer para melhorar a situação?
Para a Dra. Yukiko Nakatani, diretora assistente da OMS “Deixar as pessoas com dor quando medicamentos eficazes estão disponíveis para o manejo da dor, especialmente no contexto dos cuidados paliativos, deveria ser motivo de séria preocupação para legisladores. Devemos defender urgentemente o acesso seguro e oportuno à morfina àqueles que necessitam de cuidados médicos através de políticas equilibradas, em todos os lugares.”
O relatório da OMS apresenta um conjunto de medidas em áreas complementares que podem ser tomadas para melhorar o acesso ao opiáceo, essas ações incluem a instituição de programas governamentais, melhorias em governança e nos processos de fornecimento. O relatório completo pode ser acessado por este link.
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Seminários
Em setembro, a OMS também organizou uma série de webinários para tratar do tema. O órgão reuniu especialistas de vários países para discussão do assunto e para que eles pudessem oferecer suas perspectivas sobre o que pode ser feito para melhorar o acesso à morfina no mundo. Os vídeos com as apresentações estão disponíveis no site da organização, através deste link.
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