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Saúde31 outubro 2024

Jogos de azar são questão de saúde pública, alerta relatório da Lancet 

Especialistas apontam que cerca de 46,2% dos adultos e 17,9% dos adolescentes tiveram contato com jogos de azar em 2023 
Por Roberta Santiago

Relatório recente, divulgado pela Comissão do Lancet Public Health, aponta a necessidade urgente de reformas globais para enfrentar os impactos dos jogos de azar na saúde. Considerado um problema de saúde pública, questões relativas a jogos de azar devem ter a proteção da população como prioridade, acima de interesses econômicos, afirma o estudo. 

O estudo 

O trabalho incluiu uma revisão sistemática e meta-análise da prevalência global da participação em jogos de azar, incluindo qualquer jogo de risco, transtorno de jogo e jogo problemático em adultos e adolescentes. A análise revela que, mundialmente, 46,2% dos adultos e 17,9% dos adolescentes se envolveram em jogos de azar no último ano, com aproximadamente 80 milhões de adultos sofrendo de transtorno do jogo compulsivo. 

Recomendações 

O relatório recomenda reduzir a exposição ao jogo por meio de restrições de acesso, marketing e patrocínio, além de oferecer suporte universal e tratamento para os danos causados. 

A Comissão também sugere campanhas de conscientização e medidas de proteção ao consumidor, especialmente para jovens, como sistemas de autoexclusão e limites de apostas. 

“Quando se fala em jogos, geralmente pensamos em um cassino de Las Vegas ou bilhetes de loteria, e não em grandes empresas de tecnologia implantando uma variedade de técnicas para fazer com que mais pessoas se envolvam com mercadorias que podem representar riscos substanciais à saúde”, disse a professora Heather Wardle, copresidente da Comissão. 

Saiba mais: SBP alerta sobre os perigos dos jogos online para crianças

Jogos de azar são questão de saúde pública, alerta relatório da Lancet 

Interesse econômico x saúde pública 

A Comissão Lancet recomenda que a regulamentação das apostas priorize a saúde pública, destacando a necessidade de separar interesses econômicos da proteção aos usuários. No Brasil, estima-se que o setor de apostas movimente até R$ 130 bilhões por ano, expondo a complexidade do tema. 

O grupo sugere uma regulamentação com um órgão independente e que a OMS incorpore o tema em seu plano de trabalho, criando uma resolução sobre os impactos das apostas na saúde pública na Assembleia Mundial da Saúde.

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Referências bibliográficas

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