No último sábado, dia 06 de agosto, a medicina mundial sofreu uma grande perda: morreu Ivo Pitanguy, aos 93 anos de idade. Este mineiro de Belo Horizonte, que adotou o Rio de Janeiro como sua casa na medicina, recebeu ao longo da vida diversas honrarias e homenagens pela grande habilidade como cirurgião plástico.
Reconhecido internacionalmente e referência entre todos os cirurgiões, Ivo Pitanguy desenvolveu inúmeras técnicas cirúrgicas que afetaram diretamente os resultados de milhões de cirurgias de estéticas e reparações.
A formação de Pitanguy começou na UFMG e terminou na UFRJ, para onde pediu transferência, complementando a especialização cirúrgica e desenvolvimento das habilidades em hospitais do Estados Unidos e Europa.
O cirurgião plástico era sinônimo de sucesso e habilidade cirúrgica, com mais de 900 trabalhos científicos publicados, Ivo Pitanguy operou grandes celebridades nacionais e internacionais, incluindo: Sophia Loren, Niki Lauda (piloto que sofreu um grave acidente de Fórmula 1), Marisa Berenson, Farah Diba, além de chefes de estados.
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Muito mais do que um cirurgião plástico talentoso, Pitanguy era reconhecido também como médico dedicado a realizar cirurgia. Um dos mais famosos episódios ocorreu no ano de 1961. O cirurgião estava em sua clínica, em Botafogo, e após ouvir sobre o incêndio do Gran Circo Norte-Americano em Niterói tomou uma decisão radical. Ivo pegou sua lancha, atravessou a Baía de Guanabara e se juntou a outros médicos, com o seu grupo de residentes em apoio, para tratar das mais de 500 vítimas do incêndio, em sua maioria crianças.
Até hoje a memória deste ato ecoa nos corredores do Hospital Universitário Antônio Pedro, que naquele momento renascia em meio a uma tragédia pelas mão de grandes médicos dispostos ajudar.
Membro da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Letras, Professor titular do Departamento de Cirurgia Plástica da PUC-Rio, Ivo Pitanguy deixou um legado mais de 62 mil cirurgias, centenas de técnicas cirúrgicas e 500 profissionais muito bem formados no Brasil e no mundo.
Na véspera de sua morte, Ivo Pitanguy carregou a tocha Olímpica. Por coincidência da vida, esta foi sua última aparição. A simbologia está além de uma celebridade participando do revezamento dos jogos. Já que ao lembrarmos de Ivo Pitanguy, tal como da chama e da lenda de Prometeu, ficará registrado em nossa memória para sempre o seu legado. E este iluminará e irá inspirar milhares de mortais que através da medicina irão cuidar do bem mais precioso que existe: a vida.
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