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Saúde17 maio 2021

Inteligência artificial na medicina baseada em evidências: como é?

Através da inteligência artificial, os dados são analisados e interpretados a fim de encontrar padrões e aprender com eles. Saiba mais.

Por André Aranda

O desenvolvimento de novas tecnologias muda a forma como praticamos a medicina no nosso dia-a-dia. Uma nova tendência – utilizada não somente na área da saúde – é a inteligência artificial (IA). Ela é composta de ferramentas como softwares e hardwares que vão muito além de armazenar os dados.

Através da inteligência artificial, os dados são analisados e interpretados a fim de encontrar padrões e aprender com eles. A intenção não é elaborar programas de computador conscientes como em filmes de ficção científica, mas promover o aprendizado automático e atingir um ponto em que seja possível predizer desfechos de algum assunto em questão. O mesmo conceito que nos permite jogar xadrez contra uma máquina pode ser capaz de salvar vidas.

A ideia principal não é sobre a inteligência artificial substituir os médicos, dominar a ciência ou acabar com empregos. Como máquinas conseguem ser programadas para encontrar padrões nos dados que poderiam passar despercebidos por humanos, provavelmente elas terão um papel maior na prática diária junto dos profissionais de saúde.

Leia também: Inteligência artificial identifica câncer de pele com precisão de 86%

inteligência artificial na medicina baseada em evidências

Estudo sobre a inteligência artificial na medicina

Recentemente, foi publicado um artigo em que pesquisadores treinaram um computador para encontrar padrões em milhares de radiografias e correlacionar com os desfechos dos pacientes para ser capaz de predizer como o quadro clínico de cada caso iria evoluir.

O estudo foi realizado na NYU Grossman School of Medicine e compilou 5.224 radiografias de tórax de 2.943 pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. Radiografias foram o método escolhido pois são mais baratas, práticas  e utilizam uma menor dose de radiação. 

Os dados processados no algoritmo incluíram idade, raça, gênero, peso, exames laboratoriais, sinais vitais e se o paciente necessitou de ventilação mecânica, sobreviveu ou evoluiu a óbito.

Após a fase inicial de reconhecimento de padrões, o algoritmo foi testado em 770 radiografias de 718 outros pacientes que também foram admitidos devido Covid-19 na emergência. O resultado foi surpreendente: o programa conseguiu predizer com cerca de 80% de acurácia se o doente que deu entrada no hospital iria necessitar de ventilação mecânica, sobreviver ou falecer nas 96 horas seguintes. Os autores concluíram que existe grande potencial no algoritmo criado por eles para profissionais que trabalham na linha de frente da pandemia.

Considerações

É muito provável que as ferramentas que envolvam inteligência artificial se tornem rotina na prática médica. Inclusive, pode ser possível que tomar decisões sem o auxílio de uma IA seja desaconselhado no futuro.

Contudo, é necessário cautela para não permitir que um algoritmo amplifique vieses já existentes. Uma inteligência artificial pode incorporar através de sua programação erros anteriores, analisar padrões de forma equivocada e disseminar condutas indesejadas caso não exista extremo rigor em sua elaboração.

Certamente novas tecnologias influenciam a medicina e devemos nos certificar de que a IA seja utilizada para fortalecer a medicina baseada em evidências e diminuir a reprodução de condutas falhas.

Referências bibliográficas:

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