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Saúde15 agosto 2019

Importância do diagnóstico precoce para controle da diabetes em crianças

Estima-se que um milhão de crianças sejam diabéticas no mundo todo, segundo dados da Associação de Diabetes Juvenil. Como garantir o diagnóstico precoce?

Por Úrsula Neves

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Segundo o Ministério da Saúde, entre 2006 e 2016, o número pessoas diagnosticadas com diabetes aumentou quase 62% no país. Durante esse período, o percentual de habitantes com a doença subiu de 5,5% para 8,9%. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018.

De acordo com a pesquisa, este crescimento é observado em todo o mundo. Ele reflete fatores como mudanças dos hábitos alimentares e baixa prática de atividade física. Já em relação às crianças, estima-se que um milhão de brasileirinhos sejam diabéticos, segundo dados da Associação de Diabetes Juvenil. A cada cem mil crianças e adolescentes com menos de 15 anos, 7,6 mil novos casos de diabetes tipo 1 são diagnosticados.

Veja também:  Início precoce da diabetes tipo 1 pode afetar o desenvolvimento cerebral

É fundamental ampliar e melhorar o diagnóstico precoce em crianças e adolescentes para propiciar uma melhor qualidade de vida. Essa é a opinião do pediatra Wallace Gaspar, que também é endocrinologista pediátrico pelo HUPE/UERJ,

“Outra importância do diagnóstico precoce é que, uma vez descontrolada, a diabetes pode levar a quadros muito graves, como a cetoacidose diabética. Em todos os casos, o diagnóstico precoce previne complicações futuras. Dentre elas estão lesões oftalmológicas, renais e de nervos periféricos. Isso afeta diretamente a qualidade de vida do paciente”, explica Wallace Gaspar.

Principais desafios

Segundo o especialista, um dos maiores desafios é fazer com que a família perceba que o diabetes é uma doença possível de se conviver. E, também, que permite a criança uma vida saudável e feliz, desde que bem controlada. Para isso, é necessário o engajamento e o suporte de todos que estão ao redor da criança.

Saiba mais: ADA 2019: veja mudanças no diagnóstico de diabetes em crianças e adolescentes

O atendimento de crianças com diabetes possui dois pontos-chaves. São eles: fazer com que a família e o paciente percam o medo do tratamento e conseguir ser fiel tanto a prescrição médica quanto a parte nutricional.

Mitos e crendices sobre diabetes

“Existem dois pontos importantes que geram muitas discussões e que estão ligados a crendices populares. O primeiro é que “criança com diabetes não pode comer doce”. Imaginem a angústia de uma criança na festa de aniversário de um amiguinho sem poder provar o bolo ou algum doce?! Pacientes com diabetes podem comer qualquer tipo de alimento, desde que na hora e quantidade certas. Para isto, é essencial o acompanhamento de um nutricionista”, esclarece Wallace Gaspar.

A segunda crendice, entre tantas existentes, é que “criança com diabetes não pode praticar esportes, pois pode passar mal”. Outro mito equivocado que deve ser esclarecido aos pais. “A prática de atividade física é uma grande aliada, melhorando os índices de controle de diabetes. Para isto, é necessário que se converse com o endocrinologista da criança, que irá realizar as recomendações adequadas para cada situação, de acordo com horário e tipo de atividade”, destaca o especialista.  

Orientações

Na hora da consulta, o médico deve procurar tirar todas as dúvidas sobre a doença para a criança e a família:

  • Como ela funciona;
  • Como o tratamento vai atuar;
  • Quais os parâmetros de controle e acompanhamento do tratamento;
  • Sinais de alerta para situações de risco e, se for usar insulina, deve ser ensinado como e onde aplicar, onde armazenar, como é realizado o descarte do material.

De acordo com Wallace Gaspar, é importante que a família se sinta acolhida e entenda que a criança não deve deixar de ser criança por ter diabetes. Essa prática evita que seja transmitido aos pequenos os seus anseios, suas frustrações, medos e outros sentimentos e preocupações que possam causar impacto negativo no paciente.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

 

Referências:

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