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Saúde19 abril 2017

Exames de imagem: 10 dicas sobre como solicitar a melhor modalidade de exame

Os exames de imagem trouxeram muitos benefícios para a prática médica, sendo o principal o auxílio para um diagnóstico rápido e mais acurado.
Por Redação Afya
Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos. As diversas modalidades de exames de imagem trouxeram muitos benefícios para a prática médica, sendo o principal o auxílio para um diagnóstico rápido e mais acurado de diversas doenças. Mas por passaram a ser uma das principais ferramentas no dia-a-dia médico, esses exames, quando feitos sem necessidade, podem trazer alguns problemas, como gastos excessivos desnecessários e complicações iatrogênicas. Para auxiliar outros profissionais de saúde e enriquecer a discussão sobre o assunto, o médico radiologista Caio Nunes publicou dez dicas de como fazer a melhor solicitação de um exame de imagem.
  1. Faça o pedido de forma clara, dando informações que podem ajudar o radiologista a realizar o exame de forma mais direcionada. Nome, idade, sexo, antecedentes cirúrgicos, medicações em uso e/ou dados clínicos e laboratoriais relevantes podem fazer com que o diagnóstico da doença seja identificado mais facilmente.
  2. Quando o exame puder ser feito com contraste, o melhor é deixar o pedido em aberto. Apenas quando o paciente tiver alguma contraindicação clínica ao contraste coloque o pedido como o exemplo: “solicito ressonância magnética de crânio sem contraste”. Deixar em aberto faz com que o próprio radiologista entenda se será necessário ou não para o caso. O contraste só deve ser solicitado no pedido quando o médico tem certeza de que trará benefícios diagnósticos.
  3. Além disso, é importante saber os meios de contraste. Para identificar um paciente que teria contraindicação é relevante lembrar que a tomografia computadorizada utiliza contraste à base de iodo, que pode ter complicações como nefrotoxicidade (como insuficiência renal aguda) e alergias; e a ressonância utiliza à base de gadolíneo, preocupante em pacientes com insuficiência renal crônica.
  4. Atente-se às contraindicações! Pacientes que possuem marca-passo ou clipes de aneurisma não podem realizar ressonâncias magnéticas. Dispositivos metálicos podem atrapalhar as imagens, como aparelhos dentários para um exame de crânio, por exemplo. Gestantes são contraindicadas a realizar tomografias computadorizadas, a não ser que seja a única opção para uma doença de risco de vida. Crianças (menores de 7 anos de idade) precisam ser sedadas em ressonâncias e tomografias, e por isso não é indicado realizar mais de um exame ou mais de uma vez, pois a sedação envolve riscos. Se houver alguma dúvida, o site MRIsafety aponta os dispositivos que não são compatíveis a essas modalidades de exame.
  5. Os métodos não possuem hierarquia. Não existe um pior que outro, e sim o exame mais correto naquela situação. Radiografias são melhores para identificar tumores ósseos; ultrassonografias para distúrbios de tireoide, queixas ginecológicas, avaliação de próstata e de pequenas áreas; tomografias para quadros obstrutivos abdominais, cefaleias em urgência, cálculos renais e parênquima pulmonar; ressonâncias para diversas situações, desde articulações a regiões do crânio, mas não avalia bem calcificações; etc. Enfim, são diversas situações e cada exame possui uma especificidade.
  6. Lembre-se que a radiação pode ser preocupante. Não é necessário tanto alarme, mas expor determinadas partes do corpo, como cristalino, tireoide ou gônadas, à grande radiação pode ser prejudicial em algum momento. Evitar exames desnecessários é essencial, principalmente para crianças e jovens. Uma tomografia emite cerca de 100 vezes mais radiação que uma radiografia, e não é necessária para identificar uma sinusite, por exemplo.
  7. O exame não é o diagnóstico final. Exames de imagem servem como auxílio ao diagnóstico, unidos à história e apresentação clínica e física do paciente. Os achados de imagem costumam ser pouco específicos e semelhantes em diversas doenças. O exame vai afastar possibilidades e auxiliar na conclusão diagnóstica.
  8. Converse com o paciente. Muitas vezes, a pessoa que está com suspeita da doença chega ao médico pedindo os exames que acredita serem melhores. É importante explicar que os exames só devem ser solicitados por necessidade e que fazer outros pedidos pode atrapalhar até mesmo a conclusão diagnóstica.
  9. É importante tratar o paciente, não o exame. Quando há casos graves e os exames ainda forem demorar, faça o tratamento das condições que não dependem do laudo e que são emergenciais. Outra questão é quando os exames apresentam achados incidentais que podem ser normais para aquele caso (nódulos pulmonares em um paciente tabagista, por exemplo) e/ou o paciente não apresenta sintomas – essas condições não precisam ser tratadas.
  10. Troque informações. Sempre que tiver dúvidas sobre algum caso ou quando tiver disponibilidade de procurar mais informações sobre os exames, procure algum médico radiologista que pode te ajudar, ou discuta com outros profissionais que poderão enriquecer seu conhecimento. Quanto mais se souber sobre o assunto, em menos riscos os pacientes serão colocados.
Referência:
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