Estudo investiga efeito da levodopa sobre o sono de pacientes com Parkinson
Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e da Universidade de Grenoble avaliou o impacto do medicamento dopaminérgico (levodopa) no sono de pessoas diagnosticadas com doença de Parkinson.
De acordo com o artigo publicado no Journal of Sleep Research, como pessoas com Parkinson têm uma qualidade de sono reduzida e a levodopa pode ter um efeito direto na macroestrutura do sono e pode ter efeitos positivos sobre o sono ao melhorar a performance motora noturna é necessário compreender os efeitos da retirada da levodopa sobre o sono do paciente.
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Imagem de freepikO estudo
Um grupo de 23 pessoas foi selecionado e foram comparadas medidas estimadas de sono tanto objetivas quanto subjetivas de pessoas com doença de Parkinson dormindo sob o efeito do medicamento e sem.
Como fonte de dados objetiva, os participantes foram orientados a utilizar um actígrafo por 4 noites. A avaliação subjetiva foi realizada através de uma escala Likert pela manhã.
Os participantes dormiram por 3 noites sob efeito da levodopa e 1 noite sem consumir suas doses do medicamento.
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Achados: ciclo de sono em pacientes com Parkinson
O tempo total de sono foi maior nas noites com medicamento em comparação com a noite sem medicamento (7,8%, p = 0,032), assim como a eficiência do sono (3,7%, p = 0,019). O medicamento também foi relacionado com a diminuição da duração e o número de vigílias (22,3%, p = 0,050; e 29,2%, p = 0,013, respectivamente).
Contudo, a avaliação subjetiva não apontou diferenças entre o uso ou ausência do medicamento.
“Este é o primeiro estudo a avaliar de modo objetivo [por meio de equipamentos] os efeitos do medicamento na qualidade do sono dos pacientes com doença de Parkinson e comparar o resultado com o da análise subjetiva. Apesar de o actígrafo mostrar melhora na qualidade do sono quando o paciente dormiu sob efeito da medicação, o benefício não foi percebido pelos participantes do estudo. Isso é importante para o atendimento clínico. Médicos devem levar em consideração esses resultados quando forem decidir se devem ou não remover o uso de levodopa de seus pacientes durante a noite.” disse Fábio Barbieri, um dos autores do estudo. “A percepção do paciente com Parkinson é prejudicada pela doença. Como a média de despertares é de dez vezes por noite, é compreensível que a melhora não seja notada. Daí a importância de considerar os resultados obtidos com o actígrafo”, complementou.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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