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Saúde23 dezembro 2024

Estudo identifica padrões cerebrais nos cinco estágios do Parkinson 

Pesquisa liderada pelo BRAINN-Unicamp revela alterações além das áreas motoras e estabelece métricas para monitorar a progressão do Parkinson 

Cientistas analisaram imagens cerebrais de mais de 2,5 mil pessoas com Parkinson, de 20 países, e identificaram padrões de neurodegeneração associados aos cinco estágios clínicos da doença. 

A pesquisa foi conduzida pelo Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (BRAINN), da Unicamp, que integra o Consórcio Enigma, rede internacional que reúne cientistas em genômica de imagem, neurologia e psiquiatria. 

Publicado na NPJ Parkinson’s Disease, o estudo representa um avanço significativo ao estabelecer métricas que permitem monitorar a progressão do Parkinson e avaliar futuros tratamentos. O documento constatou alterações progressivas em áreas do cérebro além dos núcleos de base — estruturas tradicionalmente associadas ao movimento. 

Leia ainda: Estudo sugere que ansiedade pode ser um sinal precoce de doença de Parkinson 

De acordo com o pesquisador Fernando Cendes, foram observadas atrofia e hipertrofia não só nas regiões ligadas ao movimento, mas também em áreas corticais, conforme o avanço dos estágios. Essas mudanças, imperceptíveis a olho nu, foram identificadas com o auxílio de programas e inteligência artificial. 

Novos horizontes para diagnóstico e tratamento do Parkinson 

As métricas identificadas oferecem suporte ao diagnóstico clínico e abrem caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos. Hoje, a doença é tratada apenas com reposição de dopamina, mas a progressão atinge áreas do cérebro responsáveis por sintomas não motores, como depressão, distúrbios do sono e demência. 

Os resultados também possibilitam monitorar terapias que possam barrar ou retardar o avanço da neurodegeneração. Cendes reitera que essas métricas são essenciais para avaliar a eficácia global de futuras terapias. 

Além dos impactos médicos, o estudo representa um avanço na ciência de dados, ao integrar informações de diferentes países, estágios da doença e tipos de análise com uso de inteligência artificial.

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