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Saúde18 fevereiro 2021

Estudo busca analisar efeitos da Zika e da Covid-19 na sexualidade e fecundidade

Estudo está buscando voluntárias para analisar o impacto da epidemia de Zika e da pandemia de Covid-19 na saúde reprodutiva da população.

Por Úrsula Neves

Um estudo desenvolvido pela Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), está analisando o impacto da epidemia de Zika e da pandemia de Covid-19 na saúde reprodutiva da população. Para dar prosseguimento à pesquisa, voluntárias estão sendo recrutadas em todo o país para responderem ao questionário on-line.

A pesquisa Decode — decodificando a Zika e a Covid-19 — teve início em 2016, quando o objetivo era analisar como a ocorrência de casos de Zika afetava as intenções das mulheres relacionadas à gravidez. Desde o ano passado, porém, os pesquisadores começaram a incluir também o cenário da pandemia do novo coronavírus.

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Coordenado pelas professoras Letícia Marteleto, do Departamento de Sociologia da Universidade do Texas; e Raquel Zanatta Coutinho, do Departamento de Demografia e pesquisadora do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas (Cedeplar) da Faculdade de Ciências Econômicas (Face/UFMG), o estudo visa conhecer as experiências e os comportamentos sexuais e reprodutivos das mulheres em um cenário de incertezas e medos.

O projeto começou no início da epidemia do Zika vírus no país através de uma pesquisa longitudinal realizada em Pernambuco, na época um dos estados mais afetados pela crise, e foi expandido com o início da pandemia de Covid-19. A expectativa é que os resultados possam sugerir estratégias para a redução da vulnerabilidade das mulheres brasileiras às crises sanitárias.

Estudo busca analisar efeitos da Zika e da Covid-19 na sexualidade e fecundidade

Dados preliminares

Dados preliminares levantados pelos pesquisadores evidenciam medo e insegurança de engravidar no contexto da pandemia. De todas as entrevistadas, 1.880 (79,9%) concordam que as mulheres devem fazer todo o possível para evitar uma gravidez durante a atual pandemia de Covid-19.

Trata-se de uma porcentagem maior do que as que concordam que as mulheres deveriam ter feito todo o possível para evitar uma gravidez na epidemia de Zika (76,1%).

Saiba mais: Síndrome multissistêmica pós-Covid-19: até 100 crianças são internadas por semana, no Reino Unido

Das 1.342 mulheres que afirmaram que ainda querem ter filhos, 28,17% mudaram de ideia sobre engravidar em 2020 devido à pandemia. Das 863 que disseram não ter mais intenção de ter filhos, 19,12% afirmaram que tomaram essa decisão justamente por causa do novo coronavírus. Além disso, 76,88% delas contaram ter medo de engravidar e ter algum problema com o bebê ou com a gravidez devido à Covid-19.

Etapas do estudo

O estudo é dividido em quatro etapas. Duas delas já foram realizadas em Pernambuco. Na primeira, foram realizadas entrevistas por telefone através da metodologia de discagem aleatória. Na segunda foram realizadas entrevistas em profundidade.

As outras duas fases da pesquisa possuem abrangência nacional: a pesquisa em profundidade, que também será aplicada para mulheres dos demais estados do país, e um questionário on-line, para o qual os pesquisadores estão em busca de voluntárias.

Além disso, os questionários foram alterados para incluir perguntas sobre o impacto do novo coronavírus nas percepções e decisões das mulheres sobre se deveriam ter filhos.

Para participar do estudo é preciso atender apenas a três critérios: ser mulher, morar no Brasil e ter entre 18 e 45 anos. O questionário leva em média 15 minutos para ser respondido e os dados são confidenciais.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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