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Saúde30 novembro 2022

Divulgada nova perspectiva para tratamento medicamentoso da epidermólise bolhosa

Pomada tópica de diacereína 1% mostrou resultados como fechamento completo da ferida-alvo de epidermólise bolhosa e melhora do prurido.

Por Úrsula Neves

O novo Monitoramento do Horizonte Tecnológico (MHT) com avanços promissores sobre os medicamentos para o tratamento da epidermólise bolhosa (EB) foi publicado no início de novembro pelo Ministério da Saúde (MS). Nove tecnologias que se encontram na fase 2 e 3 de pesquisa clínica foram apresentadas como agentes modificadores do curso da doença, terapias celulares e gênicas, colágeno recombinante e agentes químicos

No entanto, apenas uma delas exibiu resultados mais avançados sobre eficácia, segurança e tolerabilidade. Trata-se de uma pomada tópica de diacereína 1%, que mostrou resultados como fechamento completo da ferida-alvo de epidermólise bolhosa e melhora do prurido, da carga total da ferida corporal, entre outros aspectos.

Até o momento, nenhum dos medicamentos citados no documento possui registro nas agências Federal Drug Administration (FDA), Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Trâmites necessários

Vale lembrar que, para que seja disponibilizada a oferta desses medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), será necessária a análise e aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Os relatórios de recomendação da Conitec levam em consideração as evidências científicas sobre eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança do medicamento, além da avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas e o impacto da incorporação da tecnologia no SUS.

Até o momento, os pacientes com essa condição não dispõem de um tratamento medicamentoso mais efetivo.  Seguem disponíveis apenas terapias voltadas para o controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida.

Expectativa

A expectativa é que os resultados de novas tecnologias em desenvolvimento possam trazer um ganho de qualidade de vida através do alívio da dor e da diminuição do agravamento das lesões e infecções, além de impactar na diminuição do estigma social vivenciado por esses pacientes.

Em 2021, o Ministério da Saúde atualizou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para epidermólise bolhosa com informações ampliadas sobre o tratamento não medicamentoso para a enfermidade, com a complementação de algumas seções do protocolo, como a de curativos específicos e especiais.

O tratamento envolve, principalmente, medidas para proteger a pele dessas pessoas, evitando o atrito e a formação de novas lesões. Ademais, são indicados analgésicos e anti-histamínicos para controle dos sintomas.

Epidermólise bolhosa

A epidermólise bolhosa é uma enfermidade genética, não contagiosa e que tem como principal característica a formação de bolhas e lesões na pele. Ela acomete pessoas de ambos os sexos e em todas as faixas etárias. Qualquer traumatismo, ainda que leve, pode causar bolhas e deslocamento da pele. A dificuldade no diagnóstico impossibilita que os pacientes recebam tratamento rápido, agravando as lesões.

Atualmente, a doença afeta cerca de 500 mil pessoas em todo o mundo, conforme estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). São 19 casos para cada um milhão de nascidos. No país, a Associação DEBRA Brasil identificou 802 pacientes, sendo 45% crianças.

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Referências bibliográficas

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