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No Dia Mundial Sem Tabaco, a Organização Mundial da Saúde (OMS) quer reforçar o fato de o tabagismo não causar apenas câncer. Foram divulgados esta semana números alarmantes: tabaco mata 3 milhões de pessoas todos os anos só por doença cardiovascular. Foi neste cenário que o tema de 2018 (31 maio) foi escolhido: tabaco e doença cardíaca. A ideia é conscientizar as pessoas sobre:
- A ligação entre tabaco e doenças cardiovasculares, incluindo acidentes vasculares cerebrais.
- O impacto que o uso do tabaco e a exposição ao fumo passivo têm sobre a saúde cardiovascular;
- As oportunidades que o público, governos e sociedade civil têm para assumir compromissos, a fim de promover a saúde do coração, protegendo as pessoas contra o uso de produtos de tabaco.
O tabagismo no Brasil
O país divide com Comores, na costa leste da África, o 34º lugar no ranking da OMS de tabagismo, com um índice de 14%, dentre 149 países. Quando comparados os dados entre os sexos, a taxa de fumantes se mostra superior entre os homens (17,9%) do que em mulheres (10,1%).
Recentemente, foram divulgados dados que revelaram uma redução significativa do tabagismo no Brasil, com uma queda de metade do número de fumantes em 25 anos, o que se deve principalmente à alta de impostos e campanhas de conscientização.
Como parar de fumar?
Deixar de fumar é uma tarefa árdua, pois a dependência do tabaco envolve um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos. Poucos usuários de tabaco conseguem abandonar o hábito em sua primeira tentativa, mas há fortes evidências de que isso é possível. Aconselhamentos, medicamentos, grupos de tabagismo, existem inúmeras maneiras eficazes para sair.
No Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói – RJ, há o Programa de Controle e Tratamento de Tabagismo, que tem sido um grande exemplo de vitória sobre o tabagismo. Há mais de 14 anos atendendo pessoas que procuram ajuda para deixar de fumar. O programa, que conta com uma equipe multidisciplinar, já acompanhou mais de mil casos de transformação nos hábitos de vida de pacientes do hospital, estudantes, professores e funcionários da Universidade Federal Fluminense.
Uma vez inscritos no programa, os usuários passam por uma avaliação clínica e são acompanhados por meio de terapia em grupo e de administração de medicamentos, por cerca de três meses. Os encontros acontecem uma vez por semana, durante duas horas. Após este período, os participantes deixam de frequentar semanalmente o hospital e passam a ser assistidos pelos estudantes por meio de contato telefônico, até completarem 12 meses de tratamento.
A coordenadora do programa, professora Titular de Pneumologia da Faculdade de Medicina, Angela Santos Ferreira Nani, ressaltou em entrevista dados que revelam o sucesso da estratégia:
“De acordo com a literatura mundial, depois de um período de um ano de abstinência inicial, somente 20% das pessoas permanecem sem fumar. No programa, essa taxa está em torno de 50%, o que possivelmente se deve à atuação da equipe multidisciplinar e ao envolvimento dos estudantes”.
Cessação do tabagismo: qual terapia é mais eficaz?
Referências:
- http://www.bbc.com/portuguese/geral-44293334
- https://www.gatesfoundation.org/What-We-Do/Global-Policy/Tobacco-Control
- http://www.inca.gov.br/dia-mundial-sem-tabaco/tabagismo.html
- http://www.uff.br/?q=noticias/30-05-2018/programa-de-combate-ao-tabagismo-e-sucesso-no-huap
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