Como a Redução de Danos pode mudar a concepção sobre dependência química?
A Redução de Danos se refere ao conjunto de políticas, programas e práticas cujo objetivo é diminuir os prejuízos às pessoas pelo uso de drogas. Entenda:
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Segundo a International Harm Reduction Association (IHRA), a Redução de Danos (RD) se refere ao conjunto de políticas, programas e práticas que têm como objetivo principal diminuir os prejuízos (à saúde, sociais e econômicos) às pessoas pelo uso de drogas lícitas e ilícitas, sem necessariamente reduzir o seu consumo.
O que é e quais são os pilares da Redução de Danos?
A RD surgiu na Holanda, na década de 1980 como uma alternativa para as políticas baseadas no proibicionismo do uso de drogas, que se mostravam muitas vezes ineficazes e excludentes. Mostrou-se desde então uma opção de baixo custo, de fácil implementação, segura, baseada em evidências e de alto impacto para a saúde individual e comunitária.
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Baseia-se em três princípios norteadores: Pragmatismo, Tolerância e Compreensão da Diversidade. Desta forma, prevê que, mesmo em caso de persistência do uso de drogas, deve-se oferecer serviços de saúde de qualidade, individualizados, sem qualquer tipo de discriminação e julgamento, buscando evitar que o indivíduo se exponha a situações de maior risco, promovendo por consequência um maior vínculo com os serviços de saúde e incentivando o autocuidado.
Como aplicar a Redução de Danos na prática clínica?
Antes de aplicar a Redução de Danos, deve-se ter em mente que a pessoa deve ser participante ativo em todo o processo (por isso, evita-se inclusive denominá-lo “paciente”, que diz respeito a uma postura passiva), participando de todas as etapas apresentadas a seguir:
- Definição de objetivos principais (geralmente a cessação completa do uso é um dos objetivos, mas não o único);
- Definição de metas intermediárias (por exemplo: redução da dose; redução dos riscos de doenças infectocontagiosas);
- Pactue com o indivíduo quais ações serão tomadas a partir daquela consulta (por exemplo: deixar de compartilhar seringas e canudos; uso de preservativos; substituição de uma substância por outras menos danosas – como o uso de benzodiazepínicos para tratamento de abstinência alcoólica);
- Avalie os resultados obtidos com as abordagens utilizadas em consultas prévias e exponha os avanços ao indivíduo.
Também tem grande importância o uso de habilidades de comunicação efetivas e empáticas, como o “Método Clínico Centrado na Pessoa”, “Entrevista Motivacional”, entre outras, para que o indivíduo enxergue a equipe de saúde como um ponto de apoio e acolhimento importante com o qual ele se identifica.
Para conhecer mais opções de ações direcionadas ao uso de cada substância em específico, acesse:
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Referências:
- International Harm Reduction. O que é Redução de Danos Association. Disponível em: https://www.hri.global/files/2010/06/01/Briefing_what_is_HR_Portuguese.pdf Acesso em: 19 de maio de 2019.
- SENAD. A redução de danos no cuidado ao usuário de drogas. Disponível em: http://www.aberta.senad.gov.br/medias/original/201704/20170424-094500-001.pdf Acesso em: 19 de maio de 2019
- CONTE, Marta et al. Redução de danos e saúde mental na perspectiva da atenção básica. Disponível em: http://crprs.org.br/upload/files_publications/arquivo27.pdf Acesso em: 19 de maio de 2019.
- NIEL, Marcelo; da SILVEIRA, Dartiu Xavier. Drogas e Redução de Danos: uma cartilha para profissionais de saúde. – São Paulo,2008. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/direitos_humanos/Cartilha%20para%20profissionais%20da%20saude.pdf Acesso em: 19 de maio de 2019.
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