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Saúde24 maio 2019

Como a Redução de Danos pode mudar a concepção sobre dependência química?

A Redução de Danos se refere ao conjunto de políticas, programas e práticas cujo objetivo é diminuir os prejuízos às pessoas pelo uso de drogas. Entenda:

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Segundo a International Harm Reduction Association (IHRA), a Redução de Danos (RD) se refere ao conjunto de políticas, programas e práticas que têm como objetivo principal diminuir os prejuízos (à saúde, sociais e econômicos) às pessoas pelo uso de drogas lícitas e ilícitas, sem necessariamente reduzir o seu consumo.

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O que é e quais são os pilares da Redução de Danos?

A RD surgiu na Holanda, na década de 1980 como uma alternativa para as políticas baseadas no proibicionismo do uso de drogas, que se mostravam muitas vezes ineficazes e excludentes. Mostrou-se desde então uma opção de baixo custo, de fácil implementação, segura, baseada em evidências e de alto impacto para a saúde individual e comunitária.

Leia mais: ‘Cuidados paliativos: quando a legitimidade traduz um dever médico’

Baseia-se em três princípios norteadores: Pragmatismo, Tolerância e Compreensão da Diversidade. Desta forma, prevê que, mesmo em caso de persistência do uso de drogas, deve-se oferecer serviços de saúde de qualidade, individualizados, sem qualquer tipo de discriminação e julgamento, buscando evitar que o indivíduo se exponha a situações de maior risco, promovendo por consequência um maior vínculo com os serviços de saúde e incentivando o autocuidado.

Como aplicar a Redução de Danos na prática clínica?

Antes de aplicar a Redução de Danos, deve-se ter em mente que a pessoa deve ser participante ativo em todo o processo (por isso, evita-se inclusive denominá-lo “paciente”, que diz respeito a uma postura passiva), participando de todas as etapas apresentadas a seguir:

  1. Definição de objetivos principais (geralmente a cessação completa do uso é um dos objetivos, mas não o único);
  2. Definição de metas intermediárias (por exemplo: redução da dose; redução dos riscos de doenças infectocontagiosas);
  3. Pactue com o indivíduo quais ações serão tomadas a partir daquela consulta (por exemplo: deixar de compartilhar seringas e canudos; uso de preservativos; substituição de uma substância por outras menos danosas – como o uso de benzodiazepínicos para tratamento de abstinência alcoólica);
  4. Avalie os resultados obtidos com as abordagens utilizadas em consultas prévias e exponha os avanços ao indivíduo.

Também tem grande importância o uso de habilidades de comunicação efetivas e empáticas, como o “Método Clínico Centrado na Pessoa”, “Entrevista Motivacional”, entre outras, para que o indivíduo enxergue a equipe de saúde como um ponto de apoio e acolhimento importante com o qual ele se identifica.

Para conhecer mais opções de ações direcionadas ao uso de cada substância em específico, acesse:

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Referências:

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