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Saúde15 maio 2019

Cientistas criam aparelho para identificar bactérias em meia hora

Os médicos poderão em breve detectar a presença de bactérias e expô-las a antibióticos para observar sua resistência em apenas 30 minutos. Entenda:

Por Úrsula Neves

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Os médicos poderão em breve detectar a presença de bactérias e as expor a antibióticos para observar sua resistência em amostras de pacientes em apenas 30 minutos, graças a uma nova tecnologia criada na Universidade Penn State, nos Estados Unidos.

Desenvolvido por Pak Kin Wong, professor de engenharia biomédica e mecânica, o aparelho utiliza micro-tecnologia para capturar células de bactérias que podem ser analisadas em um microscópio eletrônico. A novidade foi divulgada no início de maio na revista da Academia Nacional de Ciências do país.

Tinta antimicrobiana

Análise mais rápida facilita o diagnóstico

“Hoje em dia, prescrevemos antibióticos mesmo ainda sem saber se existem bactérias presentes. Esta é um dos nossos objetivos: determinar rapidamente a existência de uma infecção bacteriana”, disse Pak Kin Wong em uma entrevista à Agência France Presse.

Atualmente, o teste de bactérias patogênicas leva de três a cinco dias para ficar pronto, de modo que os médicos, geralmente, tratam os seus pacientes inicialmente com antibióticos de amplo espectro, em vez de mirar em microrganismos específicos. Isso acontece porque, normalmente, eles não sabem se as bactérias que estão tentando matar são resistentes aos antibióticos que podem escolher.

Leia maisBactérias resistentes: qual melhor tratamento, tazocin ou meropenem?

Os pesquisadores afirmam que, além de verificar a presença da bactéria, o aparelho poderá revelar o seu tipo e formato. “Este dispositivo determina a existência, mas não o tipo de bactéria que é. Mas estamos trabalhando em um enfoque molecular complementar que nos permita identificar as espécies”, revelou Wong.

Como funciona

Depois de encontrar bactérias, a amostra é exposta a antibióticos e os pesquisadores monitoram o crescimento bacteriano. Se a bactéria continua a crescer após a exposição, essa cepa é considerada resistente a esse antibiótico. Caso contrário, a cepa não é resistente, e a infecção pode ser tratada utilizando um antibiótico único e direcionado para o caso.

“As infecções urinárias são as infecções bacterianas mais comuns, mas 75% dos testes de urina enviados a laboratórios dão negativos. Descartar ou confirmar rapidamente a presença de bactérias em uma concentração clinicamente relevante vai melhorar de maneira drástica o atendimento ao paciente”, explica o pesquisador.
O sistema é 100% sensível à presença de bactérias e classifica as bactérias cerca de 83% do tempo. Ele também alcançou 100% de concordância na identificação de bactérias resistentes a antibióticos.

Futuro do aparelho

O dispositivo adaptável de captura de células de microcanais é fabricado por moldagem e pode ser fabricado economicamente à escala de produção. Atualmente, ele está sendo trabalhado com a GE Global Research para desenvolver uma versão de bancada de todo o sistema para uso potencial em clínicas, farmácias, salas de emergência e consultórios médicos. O chip microfluídico no qual a análise será conduzida será descartável.

“Isso é semelhante a uma impressora e cartuchos de impressora. Também estamos explorando a viabilidade de desenvolver uma versão portátil ou de um sistema para outras aplicações, como em testes de campo, casas de repouso e clínicas rurais”, explica Wong. A expectativa é que o produto seja comercializado no prazo de três anos.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

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