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Saúde22 novembro 2021

Atualização das Listas de Medicamentos Essenciais da OMS prioriza acesso a tratamentos para diabetes e câncer

As novas listas de medicamentos essenciais da OMS incluem tratamentos para alguns tipos de câncer, medicamentos orais para diabetes e mais.

Por Úrsula Neves

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma nova edição de suas Listas Modelos de Medicamentos Essenciais e Pediátricos Essenciais, que incluem novos tratamentos para diversos tipos de câncer, análogos de insulina e medicamentos orais para diabetes, para inibir a vontade de fumar, além de antimicrobianos para tratar infecções bacterianas e fúngicas graves.

No total, são 20 novos fármacos para adultos e 17 para crianças e especificam novos usos para 28 itens já listados.

As listas, atualizadas a cada dois anos, visam abordar as prioridades mundiais de saúde, identificando os remédios que proporcionam os maiores benefícios e que deveriam estar disponíveis e acessíveis mundialmente.

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No entanto, os altos preços dos novos medicamentos patenteados quanto dos mais antigos, como a insulina, continuam mantendo alguns fármacos essenciais fora do alcance de muitas pessoas, principalmente nos países mais pobres, como a Índia.

Diabetes

Entre as novidades da lista estão as insulinas de ação prolongada degludec, detemir e glargina e seus biossimilares, que foram incluídas com a finalidade de aumentar o acesso ao tratamento, ampliando as escolhas para os pacientes com diabetes. A agência ressaltou que a qualidade de vida dos pacientes melhora com uma maior flexibilidade na dosagem dos análogos da insulina.

Para a diabetes tipo 2, a lista contém os chamados inibidores do cotransportador de glicose de sódio 2, SGLT2. Desse grupo, a empagliflozina, canagliflozina e dapagliflozina serão usados como terapia de segunda linha em adultos. Estes medicamentos, quando administrados por via oral, demonstraram oferecer diversos benefícios, incluindo um menor risco de óbito, insuficiência renal e eventos cardiovasculares.

A OMS observou que a produção de insulina está concentrada em um pequeno número de fábricas e três fabricantes controlam a maior parte do mercado global, com a falta de concorrência resultando em preços altos proibitivos para muitas pessoas e sistemas de saúde.

“Muitas pessoas que precisam de insulina enfrentam dificuldades financeiras para acessá-la ou ficam sem ela e perdem a vida. Incluir análogos de insulina na Lista de Medicamentos Essenciais, juntamente com esforços para garantir acesso acessível a todos os produtos de insulina e expandir o uso de biossimilares, é um passo vital para garantir que todos que precisam deste produto salva-vidas possam acessá-lo”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Câncer

Em relação ao câncer, a agência destacou que a enfermidade está entre as que mais enfermam ou matam pessoas no mundo. Em 2020 causou 10 milhões de óbitos. Cerca de 70% ocorreram em países de baixa e média rendas.

Quatro novos medicamentos para tratamento de câncer foram adicionados às listas de modelos: enzalutamida, como alternativa à abiraterona, para câncer de próstata; everolimus, para astrocitoma de células gigantes subependimárias (SEGA), um tipo de tumor cerebral em crianças; ibrutinibe, um medicamento direcionado para leucemia linfocítica crônica; e rasburicase, para a síndrome de lise tumoral, uma complicação séria de alguns tratamentos de câncer.

A OMS apontou avanços recentes com medicamentos para abordar características moleculares específicas do tumor em diferentes tipos de câncer, alguns dos quais com resultados muito melhores do que a quimioterapia tradicional.

Outras inclusões

Para o caso de doenças infecciosas, infecções bacterianas comuns, hepatite C, HIV e tuberculose os novos elementos visam melhorar a resposta a necessidades de dosagem e administração de crianças e adultos.

Dois medicamentos não baseados em nicotina foram incluídos: a bupropiona e a vareniclina que se juntam à terapia de reposição apresentada na nova listagem da agência.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referência bibliográfica:

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