Neste episódio, o editor associado do Portal PEBMED, Vinícius Zofoli convida o médico infectologista Gabriel Fialkovitz, assistente da CCIH do Instituto do Coração (InCor – USP), para comentarem sobre a emergência e avanço da Candida auris, que já se espalhou por diversos hospitais no mundo. No Brasil, já existem três casos confirmados.
Saiba mais sobre como identificar e entender os principais pontos da Candida auris.
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Contexto histórico
A cândida auris, cujo nome deriva da palavra em latim orelha, foi diagnosticada pela primeira vez em 2009 no Japão, em uma amostra de secreção da orelha externa de uma paciente. Desde então, o fungo multirresistente já foi identificado em diversos países no mundo.

O que é a Candida auris e porque ela é diferente?
Essa espécie de Candida, usualmente causa infecções de corrente sanguínea, em pacientes internados em UTI, com quadros graves. Apesar da mortalidade semelhante a outras candidemias (30 a 60%), ela se destaca por alguns fatores, por exemplo sua alta resistência a antifúngicos e capacidade de resistir no meio ambiente (ex: móveis, cateteres, bombas de infusão, e termômetros).
Graças a sua resistência a temperaturas mais elevadas e a condições de estresse osmótico, ela coloniza a pele, ao invés do trato gastrointestinal. Além disso, é capaz de formar biofilmes, sobrevivendo em superfícies por longos períodos (viável até 14 dias em plásticos / 7 dias em superfícies).
Seu diagnóstico é difícil, pois é frequentemente identificada erroneamente como outras espécies, tais como: C. haemulonii, C. sake, C. catenulata, C. famata, C. lusitaniae, C. guilliermondii, Rhodotorula glutinis. Assim, sua disseminação real é desconhecida.
Tópicos discutidos
- Porque a Candida auris é um problema sério de Saúde Pública
- Quais desafios são encontrados no diagnóstico e como evitá-los
- Como realizar o tratamento de um caso suspeito
Convidado:
Gabriel Fialkovitz é formado em Medicina pela Santa Casa de Misericórdia-SP e Infectologia pelo Hospital das Clínicas-USP. Atualmente é médico assistente da Unidade de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto do Coração (InCor – USP).
Referências Bibliográficas
- Jeffery-Smith A, Taori SK, Schelenz S, Jeffery K, Johnson EM, Borman A; Candida auris Incident Management Team, Manuel R, Brown CS. Candida auris: a Review of the Literature. Clin Microbiol Rev. 2017 Nov 15;31(1):e00029-17. doi: 10.1128/CMR.00029-17
- Bradley SF. What Is Known About Candida auris. JAMA. 2019 Oct 15;322(15):1510-1511. doi: 10.1001/jama.2019.13843
- Meis JF, Chowdhary A. Candida auris: a global fungal public health threat. Lancet Infect Dis. 2018 Dec;18(12):1298-1299. doi: 10.1016/S1473-3099(18)30609-1.
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Autoria

Vinícius Zofoli de Oliveira
Editor chefe de Terapia Intensiva da Afya ⦁ Graduação em Medicina pela UFRJ ⦁ Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da USP ⦁ Residência de Medicina Intensiva no Hospital das Clínicas da USP ⦁ Fellowship de Cardiointensivismo no Hospital Samaritano Paulista (SP) ⦁ Preceptor da Disciplina de Emergências Clínicas da USP (2019-2020) ⦁ Médico Assistente do Pronto Socorro do Hospital Universitário da USP (2019) ⦁ Médico Assistente da UTI de Pneumologia do Instituto do Coração (Incor-SP) e Médico Diarista da UTI do Hospital Samaritano Paulista ⦁ Editor do livro Manual de Condutas na Covid-19 ⦁ Coautor dos livros: Medicina de Emergência - Abordagem Prática (FMUSP), Medicina Intensiva - Abordagem Prática (FMUSP) e Manual do Residente de Clínica Médica (FMUSP) ⦁ Membro Fundador da @emergencia.simm
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