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Pneumologia21 janeiro 2019

Quais são as complicações pulmonares causadas por doença hepática?

Insuficiência respiratória aguda em paciente com doença hepática terminal implica em alta mortalidade, e pode ser desencadeada por várias doenças. Conheça quais no artigo a seguir:

Por Maiane Pauletto

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Insuficiência respiratória aguda em paciente com doença hepática terminal implica em alta mortalidade, podendo ser desencadeada por síndrome hepatopulmonar, hipertensão portopulmonar, hidrotórax hepático, infecção, sobrecarga hídrica e SDRA.

doença hepática

Síndrome hepatopulmonar

  • Oxigenação arterial comprometida;
  • Dilatação vascular intrapulmonar capilar e pré-capilar mediada pelo óxido nítrico, pela indução de angiogênese com remodelamento via fator de crescimento endotelial vascular e fator de necrose tumoral;
  • Ocorre mesmo na ausência de hipertensão portal;
  • A gravidade da doença hepática não prediz a presença da síndrome;
  • Clínica – dispneia, platipneia, cianose, hipoxemia em repouso e ortodeoxia;
  • Diagnóstico – ecocardiograma transtorácico com contraste demonstrando dilatação vascular pulmonar, gasometria evidenciando hipoxemia;
  • Apenas transplante hepático é curativo;
  • Tratamento – oxigênio suplementar, suplementação de alho oral e pentoxifilina.

Hipertensão portopulmonar

  • Fatores de risco – sexo feminino e hepatite autoimune;
  • Diagnóstico – presença de hipertensão portal, PAP média superior a 25 mmHg, resistência vascular pulmonar superior a 240 dynes.s.cm, POAP de 15 mmHg ou inferior;
  • Proliferação da íntima, hipertrofia da média, fibrose e trombose in situ;
  • Tratamento – prostanoides, antagonistas dos receptores de endotelina, inibidores da fosfodiesterase-5, diuréticos;
  • Alta mortalidade mesmo com transplante hepático;
  • Não é considerada indicação absoluta para transplante hepático.

Hidrotórax hepático

  • Acúmulo de líquido na cavidade pleural na ausência de causas cardíacas ou pulmonares diretas;
  • Mais encontrado na cavidade pleural direita;
  • Fisiopatologia – redução da pressão oncótica, aumento da pressão do sistema ázigo e hipertensão portal;
  • Clínica – tosse não produtiva, dispneia, dor torácica pleurítica, insuficiência respiratória hipoxêmica ou hipercápnica, edema pulmonar
  • Tratamento – restrição de sal, diuréticos, TIPS;
  • Transplante hepático é o único tratamento definitivo.

Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)

  • Utilizar ventilação protetora pulmonar – VC 6 ml/kg e PEEP moderada;
  • Estratégia conservadora de administração de fluidos;
  • Bloqueio neuromuscular precoce e posição prona em pacientes com SDRA moderada a grave;
  • Geralmente não é contraindicação ao transplante.

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Referências:

  • QADIR, N.; WANG, T.; BARJAKTAREVIC, I. et al. Acute Respiratory Failure and Pulmonary Complications in End-Stage Liver Disease. Semin. Respir. Crit. Care Med., vol. 39, n. 5, p. 546-555, 2018.
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