A pneumonia é a infecção mais comum causadora de sepse e choque séptico. O patógeno mais implicado é o Streptococcus pneumoniae, seguido do Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus, Mycoplasma pneumoniae, estreptococo do grupo A, Legionella, Chlamydophila e Moraxella catarrhalis.
A causa da pneumonia adquirida na comunidade pode variar de acordo com as comorbidades do paciente. Em indivíduos com acidente vascular cerebral recente, os patógenos predominantes foram gram-negativos e cocos gram-positivos. Entre os pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, há predomínio de infecções por Streptococcus pneumoniae, seguido de vírus respiratórios, Pseudomonas aeruginosa, patógenos atípicos e Haemophilus influenzae.
Os critérios de definição de pneumonia adquirida na comunidade severa são evolução para insuficiência respiratória aguda grave que requer ventilação invasiva e/ou choque séptico. Os indivíduos que atendem a esses critérios apresentam mortalidade maior.
A terapia empírica inadequada, ou seja, sem atividade contra os patógenos agressores, também tem associação com maior morbimortalidade. Há estudos demonstrando que a cobertura de patógenos “atípicos” é controversa, com benefício duvidoso.
Novos agentes estão em desenvolvimento para cobertura de espécies resistentes a macrolídeos e MRSA. A lefamulina possui forte atividade contra MRSA, Haemophilus influenzae, M. pneumoniae, C. pneumoniae e Legionella pneumophila, conseguindo extensa penetração no fluido de revestimento epitelial pulmonar.
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A omadaciclina tem potência excelente contra estafilococos e estreptococos resistente a macrolídeos. Atinge concentrações elevadas no plasma e no fluido pulmonar. Recentemente aprovada para tratamento de pneumonia bacteriana adquirida na comunidade. O delafloxacino tem potência aprimorada em ambientes ácidos. Apresenta cobertura ampla contra gram-positivos, gram-negativos, anaeróbios e microrganismos intracelulares.
A solitromicina tem atividade potente contra os patógenos mais comuns, mas o FDA recomendou um estudo de avaliação de toxicidade hepática com o uso da medicação, uma vez que causou elevação das transaminases. A nemonoxacina apresenta um perfil de resistência reduzido comparado às demais fluoroquinolonas, além de atividade ampla contra cocos gram-positivos, bacilos gram-negativos e bactérias atípicas.
Assim, novos antibióticos estão em estudo, alguns já em fase 3, a fim de oferecer uma oportunidade para tratamento empírico aprimorado de patógenos resistentes.
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Referências:
- Kollef, MH; Betthauser, KD. New Antibiotics for Community-Acquired Pneumonia. Current Opinion in Infectious Diseases, 32(2), p. 169–175, 2019.
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