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Pneumologia22 abril 2022

Nivolumab neoadjuvante associado à quimioterapia no câncer de pulmão ressecável

O nivolumab, um anticorpo monoclonal, vem apresentando bons resultados sozinho ou associado a quimioterapia no tratamento do CPNPC.

Menos de um terço dos pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) são candidatos à cirurgia curativa ao diagnóstico da lesão. Ainda assim, a recorrência pode chegar a 55% com o surgimento de novas lesões durante o seguimento. A quimioterapia neoadjuvante nesses pacientes não parece ter muito efeito em prolongar a sobrevida ou reduzir a chance de recorrência das lesões. O nivolumab, um anticorpo monoclonal, vem apresentando bons resultados sozinho ou associado a quimioterapia no tratamento do CPNPC.

Leia também: Nivolumab pode aumentar a sobrevida de pacientes com câncer de esôfago

Nivolumab neoadjuvante associado à quimioterapia no câncer de pulmão ressecável

Métodos

Foram incluídos pacientes com doença em estágio IB a IIIA, com ECOG 0 ou 1, sem terapia prévia. Foram excluídos pacientes com mutações em ALK e EGFR. O estudo multicêntrico, aberto, teve por objetivo randomizar pacientes para receber nivolumab com quimioterapia baseada em platina ou apenas quimioterapia por 3 semanas, antes de serem submetidos a cirurgia. Os desfechos primários foram a sobrevida livre de eventos e a resposta patológica completa.

Resultados

Foram incluídos 358 pacientes, 179 em cada grupo. A média de idade foi de 64 anos e a maioria dos pacientes (70%) eram do sexo masculino, com origem da América do Norte, Europa e Ásia, com tipos histológicos escamoso e não escamoso. Cerca de 83,2% no grupo nivolumab mais quimioterapia e 75,4% no grupo apenas quimioterapia foram submetidos à cirurgia definitiva. Com seguimento mínimo de 21 meses, a sobrevida livre de eventos foi de 31,6 meses com nivolumab mais quimioterapia e 20,8 meses (IC 95%, 14,0 a 26,7) apenas com quimioterapia (hazard ratio para progressão da doença, recorrência ou morte, 0,63; IC 97,38%, 0,43 a 0,91; P=0,005). Em 1 ano, a estimativa de pacientes que sobrevivem sem doença, progressão ou recorrência da doença foi de 76,1% com nivolumab mais quimioterapia e 63,4% apenas com quimioterapia.

A magnitude do benefício foi maior em pacientes com doença em estágio IIIA do que naqueles com doença em estágio IB ou II, em pacientes com um nível de expressão de PD-L1 tumoral de 1% ou mais e em pacientes com histologia não escamosa do que naqueles com histologia escamosa. Além disso, entre todos os pacientes da população de análise primária, independentemente da ressecção, a porcentagem com resposta patológica completa foi de 24,0% (IC 95%, 18,0 a 31,0) com nivolumab mais quimioterapia e 2,2% (IC 95%, 0,6 a 5,6) apenas com quimioterapia (odds ratio, 13,94; IC 99%, 3,49 a 55,75; P <0,001). Não houve diferença de eventos adversos entre os grupos e apenas 1,1% dos pacientes com nivolumab apresentaram pneumonite grau 1 e 2.

Saiba mais: Paciente com câncer recebe raro transplante de pulmão duplo com sucesso

Mensagens práticas:

  • O câncer de pulmão é atualmente o câncer de maior mortalidade em todo o mundo e a imunoterapia é o tratamento de escolha.
  • O estudo atual aponta o uso de imunoterapia em tratamento neoadjuvante com boa resposta terapêutica e melhora da sobrevida, favorecendo o tratamento cirúrgico subsequente e reduzindo a recorrência das lesões.
  • No Brasil, os imunoterápicos estão disponíveis na saúde suplementar e na rede privada, ainda não utilizados pelo sistema único de saúde.

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Referências bibliográficas

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