A asma grave é uma doença complexa que se manifesta com multimorbidades e, principalmente, com o uso recorrente e frequente de corticoides sistêmicos. As exacerbações levam o paciente e seu médico a recorrerem aos corticoides na tentativa de reduzir a resposta inflamatória e controlar a doença. Embora eficaz nesse papel, o uso de corticoides está associado a efeitos deletérios a longo prazo, como o desenvolvimento de diabetes, osteoporose e catarata.
Nesse cenário, medicações que poupam o uso de corticoides, reduzem as exacerbações e diminuem a inflamação crônica, podem também reduzir o aparecimento de comorbidades previamente descritas. Em um estudo longitudinal que utilizou dados de duas coortes, ISAR e OPCRD, o professor David Price apresentou os efeitos dos imunobiológicos na prevenção de comorbidades associadas à exposição ao corticoide sistêmico.
Foram comparados pacientes com asma grave em uso de imunobiológico com aqueles com asma grave que não utilizavam imunobiológico, em relação à incidência de ansiedade, depressão, diabetes, infarto e AVC. De acordo com os resultados desse estudo, o uso de imunobiológico em pacientes com asma grave reduziu o risco de evento cardiovascular em 35% e de desenvolvimento de diabetes em 38%. Fazendo um paralelo com outras intervenções, como a metformina em pré-diabéticos e as estatinas para a redução de eventos cardiovasculares, a redução provocada pela menor exposição ao corticoide foi maior nessa população.
Considerações
Este estudo é fundamental para corroborar a importância de iniciar o imunobiológico o quanto antes em pacientes com asma grave, dado o impacto não apenas na qualidade de vida e na função pulmonar, mas também na redução do risco cardiovascular.
Mensagem final
- Corticoides sistêmicos, embora eficazes em exacerbações, causam efeitos adversos a longo prazo (diabetes, osteoporose, catarata).
- Imunobiológicos reduzem a necessidade de corticoides, diminuem exacerbações e inflamação crônica, prevenindo comorbidades associadas.
- Resultados indicaram que imunobiológicos em asma grave reduziram o risco cardiovascular em 35% e o desenvolvimento de diabetes em 38%.
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