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Ortopedia28 maio 2025

Tratamento de fratura do terço médio da clavícula com lesão acromioclavicular?

Revisão sistemática teve por objetivo melhorar a compreensão de fraturas do terço médio da clavícula e lesões da articulação acromioclavicular

As fraturas do terço médio da clavícula e lesões da articulação acromioclavicular são comuns quando ocorrem separadamente, mas a sua ocorrência simultânea é rara. Por acontecer em um pequeno número de casos, há alto risco de ausência de diagnóstico e evolução com o tempo para dor crônica, artrose e outras complicações requerendo tratamentos secundários. 

Além disso, a melhor abordagem para os casos também permanece como uma incógnita com pouca informação e consenso sobre o acesso cirúrgico, por exemplo. 

Visto isso, foi publicado recentemente na revista “BMC Surgery” uma revisão sistemática com o objetivo de melhorar a compreensão dessas lesões concomitantes, focando no mecanismo de lesão, classificação, tratamento e prognóstico, visando aumentar a conscientização clínica, reduzir o subdiagnóstico e, finalmente, beneficiar os pacientes. 

fraturas de clavícula

Metodologia 

Foram pesquisados estudos nas bases de dados PubMed, Web of Science e EMBASE de janeiro de 1962 até junho de 2024 sendo incluídos estudos comparativos ou não, de qualquer desenho, com os seguintes critérios: 

(1) População: os pacientes foram diagnosticados com lesão acromioclavicular ipsilateral combinada com fratura do terço médio da clavícula 

(2) Intervenção: os pacientes foram tratados conservadoramente  ou cirurgicamente.  

(3) Resultados: os estudos tiveram pelo menos um dos seguintes resultados clínicos, incluindo resultado funcional, complicações, redução da luxação articular e consolidação óssea.  

Já os critérios de exclusão são os seguintes: (1) Estudos que não fornecem informações concretas sobre o paciente e o tratamento, como artigos de revisão, revisões sistemáticas, técnicas cirúrgicas, diretrizes, livros didáticos e estudos cadavéricos; (2) Estudos em que os diagnósticos primários dos pacientes diferem do tópico do estudo. 

Leia mais: Qual a diferença nos resultados dos métodos de tratamento das fraturas do terço médio da clavícula?

Resultados 

Essas lesões combinadas são frequentemente associadas a comorbidades como fraturas de costelas, hemopneumotórax, fraturas de escápula, lesões neurovasculares e padrões atípicos de deslocamento da clavícula. Esses casos devem levantar 

suspeita de tais lesões. Devido à natureza “flutuante” da clavícula lateral, o “Piano Key Sign” é tipicamente negativo e não confiável para diagnóstico. A avaliação inicial da articulação acromioclavicular pode ser inconclusiva, então a reavaliação após a fixação da clavícula é recomendada.  

Lesões acromioclaviculares tipo IV podem ser subestimadas em radiografias anteroposteriores, e radiografias axilares adicionais e tomografias computadorizadas podem visualizar melhor o deslocamento posterior da clavícula.  

A maioria dos pesquisadores acredita que o dano à cápsula acromioclavicular e aos ligamentos ocorre primeiro, mas é insuficiente para causar luxação significativa, sugerindo que a fratura isolada pode envolver lesão combinada da acromioclavicular com ligamentos coracoclaviculares intactos. Notavelmente, a maioria dos pacientes relatou resultados favoráveis sem complicações maiores em dois anos, independentemente da abordagem do tratamento. 

Conclusão 

O estudo acabou concluindo que o mecanismo da lesão não está claro, e não existe nenhum sistema de classificação para indicar a gravidade. Essas lesões são tipicamente tratadas separadamente sem um protocolo unificado. Na prática, acabamos tratando essas lesões como entidades separadas e mais estudos associando as duas lesões seriam interessantes para a evolução de protocolos de tratamento. 

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Referências bibliográficas

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