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Ortopedia25 novembro 2021

Qual o melhor tratamento para fraturas da cabeça do rádio Mason 2?

Fraturas da cabeça do rádio são comuns, com incidência entre 2,5-2,9 por 10.000 pessoas/ano. A classificação mais utilizada é a de Mason.

Fraturas da cabeça do rádio são comuns, com uma incidência entre 2,5-2,9 por 10000 pessoas a cada ano. A classificação mais utilizada é a de Mason, introduzida em 1954 e modificada por Broberg e Morrey em 1986. É consenso que as fraturas Mason 1 podem ser tratadas conservadoramente com mobilização precoce e as fraturas Mason 3 se beneficiam do tratamento cirúrgico.

As fraturas Mason 2 são articulares parciais desviadas (maior que 33% da superfície articular e mais de 2 mm de desvio/degrau) e seu tratamento permanece controverso. Uma metanálise anteriormente publicada gerou dados insuficientes para guiar o tratamento. Recentemente foi publicado no Journal of Shoulder and Elbow Surgery um ensaio clínico multicêntrico controlado randomizado comparando tratamento cirúrgico e conservador para fraturas da cabeça do rádio Mason 2.

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Qual o melhor tratamento para fraturas da cabeça do rádio Mason 2?

O estudo

Foram selecionados 49 pacientes (4 deixaram o estudo após randomização) entre setembro de 2012 e fevereiro de 2017 atendidos em 7 hospitais holandeses com fraturas isoladas da cabeça do rádio Mason 2 e estratificados e randomizados em um grupo de tratamento cirúrgico e outro de tratamento conservador. O tratamento cirúrgico foi realizado com acesso de Kocher e fixação com parafusos sem cabeça enquanto o tratamento conservador consistiu em bandagem compressiva com tipoia por um tempo máximo de 72 horas. A reabilitação consistiu em liberação do arco de movimento no pós-operatório assim que a dor permitiu nos casos cirúrgicos ou após 48 horas nos casos de tratamento conservador.

O desfecho primário foi avaliado pelo questionário DASH (Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand) com 12 meses de follow-up. Os desfechos secundários foram avaliados pelo Oxford Elbow Score (OES), Mayo Elbow Performance Score (MEPS), arco de movimento, escala de dor (EVA), necessidade de acompanhamento com fisioterapeuta  e complicações com 3, 6 e 12 meses de follow-up.

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Inicialmente foram alocados 23 pacientes no grupo operatório e 22 no grupo conservador. Seis pacientes acabaram trocando de grupo após realização de tomografias. Bloqueio de pronossupinação foi indicação absoluta de tratamento cirúrgico.

Após 3, 6 e 12 meses de follow-up os escores DASH, OES e MEPS foram similares entre os grupos. O arco de movimento e escala de dor melhoraram ao longo do tempo nos dois grupos sem diferença significativa. O número de pacientes com necessidade de acompanhamento por fisioterapeuta também foi similar entre os grupos. Apenas 1 paciente no grupo operatório apresentou infecção superficial da ferida tratada com antibioticoterapia.

Conclusão

A conclusão do estudo é que não há vantagem do tratamento cirúrgico em relação ao conservador nas fraturas da cabeça do rádio Mason 2. É importante levar em consideração as limitações do estudo como pequena amostra e o fato de, devido à intervenção cirúrgica, não haver cegamento para participantes e avaliadores. Além disso, vale lembrar que as fraturas com bloqueio de pronossupinação indicam tratamento cirúrgico pela necessidade de ressecção ou síntese do fragmento articular.

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Referências bibliográficas:

  • Mulders MAM, Schep NWL, de Muinck Keizer RO, Kodde IF, Hoogendoorn JM, Goslings JC, Eygendaal D. Operative vs. nonoperative treatment for Mason type 2 radial head fractures: a randomized controlled trial. J Shoulder Elbow Surg. 2021 Jul;30(7):1670-1678. doi: 10.1016/j.jse.2021.02.025.

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