A osteotomia de encurtamento da ulna (OEU) é frequentemente realizada para tratamento de diversas patologias como síndrome do impacto ulnar, lesão de fibrocartilagem triangular e instabilidade radioulnar distal. Muitas das vezes é necessária a retirada da placa após o primeiro procedimento, sendo a irritação causada pelo implante a complicação mais comum.
Ainda há debate sobre qual seria o melhor posicionamento da placa a fim de evitar tal complicação (anterior ou posterior) e, além disso, acredita-se que trabalhadores braçais e pacientes mais idosos também estejam mais predispostos à necessidade de retirada do implante.
Foi publicado recentemente no European Journal of Hand Surgery um estudo com o objetivo de definir qual seria a posição da placa nas OEU que levaria a uma maior necessidade de remoção do implante, além de outros fatores associados à retirada.
O estudo
Foi um estudo de coorte retrospectivo, multicêntrico em hospitais holandeses submetidos a OEU entre julho de 2011 e novembro de 2019. Foram excluídos pacientes que não possuíam em seus registros dados relativos ao posicionamento da placa pós osteotomia.
Foram colhidos dados demográficos dos pacientes e o desfecho primário estudado foi a taxa de remoção do implante.
Métodos
Foram avaliados 326 procedimentos em 321 pacientes com uma média de follow up de 4,3 anos. As taxas de reoperação após 1 ano e 5 anos de follow up para remoção de hardware foram de 21% e 46% no grupo anterior versus 37% e 64% no grupo posterior. A colocação da placa anterior foi independentemente associada a uma diminuição do risco imediato de remoção de hardware.
Maior idade, sexo masculino e tratamento no lado dominante também foram associados a um risco reduzido de remoção de implante. Não foram encontradas diferenças nas taxas de remoção de implante entre osteotomias de encurtamento da ulna à mão livre ou guiadas. As complicações ocorreram em 20% dos procedimentos.
Conclusão
O estudo é importante ao gerar evidência científica de que as placas colocadas dorsalmente após osteotomias de encurtamento da ulna geram maior irritação e necessidade de remoção que as colocadas na superfície volar. De fato, há também maior proeminência dos implantes dorsais quando examinamos esses pacientes e o estudo corrobora nossa percepção clínica.
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