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Ortopedia8 julho 2025

Incidência de co-ocorrência de síndrome do túnel do carpo e dedo em gatilho

Estudo revela alta co-ocorrência entre síndrome do túnel do carpo e dedo em gatilho, reforçando a importância de diagnóstico conjunto.

A síndrome do túnel do carpo (STC) e o dedo em gatilho (DG) são duas das patologias mais comuns da mão com alta prevalência em adultos. Quanto à etiologia, ambas as patologias são multifatoriais com fatores de risco semelhantes como gênero feminino, obesidade, diabetes, hipotireoidismo e artrite reumatóide.

Alguns estudos tentaram definir a porcentagem de co-ocorrência das duas doenças e tal informação é importante pois a resolução de ambos os problemas em uma mesma internação reduziria bastante os custos relacionados ao tratamento. Diante disso, foi publicado recentemente no “Journal of Plastic Surgery and Hand Surgery” um estudo com o objetivo de quantificar o impacto da STC, DG e cirurgia para essas condições na prevalência da outra condição, a distribuição de DG nos dedos quando está presente sozinho ou na presença de STC.

Síndrome do túnel do carpo

Metodologia

O estudo foi uma revisão sistemática que incluiu estudos experimentais, observacionais retrospectivos e prospectivos e estudos controlados randomizados com a população adulta. Foram selecionadas publicações com pacientes que apresentavam STC ou DG com grupo de pacientes que desenvolveram DG após STC ou após liberação da STC e com os que desenvolveram STC após diagnóstico de DG ou após cirurgia para liberação do DG. No final as incidências desses grupos foram comparadas.

Foram excluídos estudos de diferentes formas e estudos em que o número de indivíduos era inferior a 10, bem como metanálises, revisões sistemáticas, artigos de revisão e diretrizes. Foram consultadas as bases de dados MEDLINE, Embase e Cochrane até 7 de janeiro de 2023.

Resultados

Foram selecionadas 26 publicaçōes com um total de 66862 casos com ampla maioria de mulheres. Foram 47581 pacientes com STC e 23.995 pacientes com DG, portanto, o número de pacientes com STC foi cerca de duas vezes maior que o de pacientes com DG.

Houve 21.675 casos de liberação do túnel do carpo (RTC); destes, 437 casos de DG foram detectados antes da liberação (2,02%). Com base nos 18 artigos nos quais todos os três dados foram encontrados, em 19.814 casos operados de STC, um total de 232 casos de DG foram detectados antes da liberação do túnel do carpo (1,17%) e 2.177 casos após a liberação (10,99%).

O dedo em gatilho foi claramente mais comum na STC e após a cirurgia de STC, e por isso é importante procurar sintomas de DG, mesmo os iniciais em todos os exames realizados para STC. Assim, o tratamento conservador do DG pode ser iniciado a tempo e a cirurgia de para essa patologia pode ser realizada em conjunto com a cirurgia de STC.

Mensagem prática

Na prática, quando não há o clássico dedo em gatilho (a partir do segundo estágio da classificação de Green) ao exame físico dos pacientes com diagnóstico de síndrome do túnel do carpo, é recomendada a palpação da face volar da articulação metacarpofalangeana dos dedos, acima da polia A1. Dor nessa região pode representar o estado de pré-gatilho e um exame de ultrassonografia pode ser solicitado como complemento.

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Referências bibliográficas

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