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Ortopedia14 dezembro 2021

Imobilização ou fixação externa temporária para fratura-luxação fechada do tornozelo?

Estudo comparou a eficácia nas fraturas-luxações fechadas do tornozelo tratadas provisoriamente com fixador externo ou imobilização gessada.

A fratura-luxação do tornozelo é uma lesão que acomete gravemente osso e partes moles. Nas situações em que as condições de partes moles não permitem o tratamento agudo definitivo, a colocação de fixador externo ou imobilização são opções de tratamento provisórias. A perda da redução é uma complicação que pode levar à piora das condições de partes moles, contraturas e atraso da fixação definitiva.

Um estudo retrospectivo foi publicado recentemente na revista Foot and Ankle Surgery comparando eficácia, resultados clínicos e frequência de complicações nas fraturas-luxações fechadas do tornozelo tratadas provisoriamente com fixador externo ou imobilização gessada.

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Imobilização ou fixação externa temporária para fratura-luxação fechada do tornozelo

O estudo

Foram selecionadas 117 fraturas-luxações isoladas fechadas de tornozelo tratadas entre 2012 e 2019 em um hospital turco com follow-up de mais de 1 ano. Para cada paciente, idade, sexo, lateralidade, tabagismo, diabetes e classificação AO foram avaliados. A divisão entre imobilização gessada (n=69) ou fixação externa (n=48) foi baseada na decisão do cirurgião que realizou o primeiro atendimento ao paciente. Foram calculados o tempo para a cirurgia definitiva, tempo cirúrgico, perda de redução e complicações antes e após o tratamento definitivo.

A frequência de perda da redução (25% vs 4%, p= 0,019) e necrose de pele (22% vs 6%, p= 0,028) foi maior e estatisticamente significativa no grupo imobilização. O tempo médio entre a lesão e o tratamento definitivo foi significativamente menor no grupo fixador externo (11 ± 5 vs 7 ± 4 dias, p= 0,033).

Houve melhora do escore AOFAS (The American Orthopaedic Foot and Ankle Society ankle-hindfoot) e escala visual analógica de dor em ambos os tratamentos após 3 ou 12 meses do tratamento definitivo. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao tempo cirúrgico do tratamento definitivo.

Saiba mais: Crianças e adolescentes não sofrem lesões ligamentares do tornozelo?

A porcentagem do fragmento das fraturas do maléolo posterior foi calculada no corte axial da tomografia computadorizada, dividindo a área do fragmento pelo total da superfície articular. Percebeu-se que quanto maior foi esse valor percentual, maior foi a perda de redução tanto no grupo imobilização (25% vs 75%, p= 0,032) quanto no grupo tratado com fixador externo (4% vs 96%, p= 0,021).

Conclusão

O estudo apresentou como limitações a pequena amostra e o fato de ser retrospectivo e não randomizado. Nas fraturas-luxações expostas, sabidamente o uso de fixador externo temporário é superior ao uso de imobilização como manobra temporária.

O estudo, apesar das limitações, demonstra a possibilidade de que resultados com a fixação externa também seriam superiores nas lesões fechadas. Ensaios clínicos randomizados serão importantes para dar prosseguimento à discussão.

Referências bibliográficas:

  • Büyükkuşcu MÖ, Basilgan S, Mollaömeroğlu A, Misir A, Başar H. Splinting vs temporary external fixation in the initial treatment of ankle fracture-dislocations. Foot and Ankle Surgery. 2021 Mar 26;S1268-7731(21)00069-2. doi: 10.1016/j.fas.2021.03.018.
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