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Ortopedia18 janeiro 2025

Há espaço para fixação intramedular nas fraturas de antebraço em adultos?

Foi publicado recentemente um estudo com o objetivo de comparar duas técnicas de fixação para as fraturas diafisárias de antebraço. 

As fraturas diafisárias do antebraço geralmente requerem tratamento cirúrgico para que seja atingido menos de dez graus de angulação, além de evitar desvio rotacional e encurtamento. Tradicionalmente, a cirurgia é realizada com redução aberta e fixação interna com placa e parafusos, o que requer uma exposição ampla, e apresenta como complicações pseudoartrose, irritação pelo material de síntese e risco de refratura. 

Recentemente, houve melhora dos dispositivos intramedulares minimamente invasivos para esse tipo de fratura. Historicamente essa modalidade de síntese levava a maiores índices de pseudoartrose e há tentativa de corrigir atualmente com mais parafusos de bloqueio da haste. Visto isso, foi publicado recentemente no “Journal of Orthopaedic Surgery and Research” um estudo com o objetivo de comparar as duas técnicas de fixação para as fraturas diafisárias de antebraço. 

 

O ESTUDO 

A revisão sistemática incluiu estudos com pacientes maiores de 18 anos com fraturas diafisárias de rádio e/ou ulna e comparativos dos tratamentos com placa e parafuso e haste intramedular. As bases de dados estudadas foram MEDLINE e Embase entre janeiro de 2000 e janeiro de 2024.  

Os desfechos primários de interesse foram tempo até a consolidação, taxa de consolidação, taxa de complicaçōes, pontuações de desfecho relatadas pelo paciente (pontuações DASH e Grace–Eversmann) e amplitude de movimento (ADM) de supinação e pronação. Os desfechos secundários incluíram tempo de cirurgia e ângulo de curvatura do rádio. 

Veja mais: Há vantagem na fixação minimamente invasiva das fraturas de rádio distal? – Portal Afya

Assim, nove estudos foram incluídos para análise e houve 42 fraturas isoladas de rádio, 80 de ulna isolada e 116 de ambos os ossos tratadas com haste intramedular e 36 fraturas de rádio, 81 de ulna e 116 de ambos os ossos tratadas com redução aberta e fixação interna. Comparada à fixação interna, a fixação intramedular das fraturas diafisárias do antebraço pareceu estar associada a tempos operatórios mais curtos e a uma menor taxa geral de complicações.  

O tempo até a consolidação e a taxa de pseudoartrose foram semelhantes entre as modalidades. De acordo com a pontuação Grace-Eversmann, os resultados funcionais tenderam a ser melhores após fixação intramedular, mas as pontuações DASH foram semelhantes entre as estratégias de fixação. 

 

CONCLUSÃO 

Apesar de não termos muita familiaridade com a fixação intramedular nas fraturas do antebraço em adultos no Brasil, o estudo sugere que a modalidade pode ser uma boa opção de tratamento para esse tipo de fratura, com resultados semelhantes. 

 

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Referências bibliográficas

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