As fraturas diafisárias do antebraço geralmente requerem tratamento cirúrgico para que seja atingido menos de dez graus de angulação, além de evitar desvio rotacional e encurtamento. Tradicionalmente, a cirurgia é realizada com redução aberta e fixação interna com placa e parafusos, o que requer uma exposição ampla, e apresenta como complicações pseudoartrose, irritação pelo material de síntese e risco de refratura.
Recentemente, houve melhora dos dispositivos intramedulares minimamente invasivos para esse tipo de fratura. Historicamente essa modalidade de síntese levava a maiores índices de pseudoartrose e há tentativa de corrigir atualmente com mais parafusos de bloqueio da haste. Visto isso, foi publicado recentemente no “Journal of Orthopaedic Surgery and Research” um estudo com o objetivo de comparar as duas técnicas de fixação para as fraturas diafisárias de antebraço.
O ESTUDO
A revisão sistemática incluiu estudos com pacientes maiores de 18 anos com fraturas diafisárias de rádio e/ou ulna e comparativos dos tratamentos com placa e parafuso e haste intramedular. As bases de dados estudadas foram MEDLINE e Embase entre janeiro de 2000 e janeiro de 2024.
Os desfechos primários de interesse foram tempo até a consolidação, taxa de consolidação, taxa de complicaçōes, pontuações de desfecho relatadas pelo paciente (pontuações DASH e Grace–Eversmann) e amplitude de movimento (ADM) de supinação e pronação. Os desfechos secundários incluíram tempo de cirurgia e ângulo de curvatura do rádio.
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Assim, nove estudos foram incluídos para análise e houve 42 fraturas isoladas de rádio, 80 de ulna isolada e 116 de ambos os ossos tratadas com haste intramedular e 36 fraturas de rádio, 81 de ulna e 116 de ambos os ossos tratadas com redução aberta e fixação interna. Comparada à fixação interna, a fixação intramedular das fraturas diafisárias do antebraço pareceu estar associada a tempos operatórios mais curtos e a uma menor taxa geral de complicações.
O tempo até a consolidação e a taxa de pseudoartrose foram semelhantes entre as modalidades. De acordo com a pontuação Grace-Eversmann, os resultados funcionais tenderam a ser melhores após fixação intramedular, mas as pontuações DASH foram semelhantes entre as estratégias de fixação.
CONCLUSÃO
Apesar de não termos muita familiaridade com a fixação intramedular nas fraturas do antebraço em adultos no Brasil, o estudo sugere que a modalidade pode ser uma boa opção de tratamento para esse tipo de fratura, com resultados semelhantes.
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