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Ortopedia4 junho 2025

Há diferença entre infiltração com corticoides e PRP para dor radicular lombar?

Revisão sistemática avaliou e comparou o perfil de segurança e eficácia das injeções epidurais de PRP com corticoesteroides no tratamento da dor radicular lombar

A dor lombar por compressão radicular é uma queixa extremamente comum na população mundial e o tratamento inicial de escolha é realizado com medicações, repouso e fisioterapia. Entretanto, cerca de 20% desses pacientes acabam não melhorando com essas medidas, sendo necessários procedimentos mais invasivos como a infiltração interlaminar ou transforaminal epidural. 

Classicamente, a infiltração com corticosteroides, mais precisamente triancinolona, é utilizada para mitigar os sintomas e tem bons resultados a curto prazo (até 3 meses) com poucas complicações (sendo as principais alergia, sepse e supressão adrenal crônica).  

Nos últimos tempos, a infiltração com plasma rico em plaquetas (PRP) tem sido utilizada em muitas áreas da ortopedia e começou a ser observada nas radiculopatias. Os resultados ainda são discutidos e as revisões existentes se baseiam em estudos muito heterogêneos. 

Metodologia 

Diante disso, foi publicado recentemente na revista “Experimental Biology and Medicine” uma revisão sistemática com o objetivo de avaliar apenas os ensaios clínicos randomizados (ECRs) na literatura e comparar o perfil de segurança e eficácia das injeções epidurais de PRP com corticoesteroides tradicionais.  

Foram pesquisados estudos nas bases de dados Pubmed, Embase e Cochrane desde o início até março de 2024 incluindo as palavras-chave: “Platelet-rich plasma”, “Epidural steroid”, “Lumbar degenerative disc disease”. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados de pacientes com dor radicular lombar em que a injeção de PRP como intervenção foi comparada a um grupo controle que recebeu corticoesteroides epidural.  

Os desfechos estudados foram escores de dor pós-operatórios, escores funcionais e complicações. Foram excluídos estudos animais, in vitro ou sem grupo comparador. 

Leia mais: Como abordar a dor lombar?

Resultados 

A análise incluiu 5 ensaios clínicos randomizados com 310 pacientes (PRP/Esteroides = 153/157). Os estudos incluídos compararam a eficácia e segurança do PRP epidural e esteroides em vários pontos de tempo, incluindo 1, 3, 6, 12, 24 e 48 semanas. Foi descoberto que a injeção epidural de PRP oferece alívio da dor (VAS; WMD = −0,09, IC de 95% [−0,66, 0,47], p = 0,641; I2 = 96,72%, p < 0,001), melhora funcional (ODI; WMD = 0,72, IC de 95% [-6,81, 8,25], p = 0,524; I2 = 98,73%, p < 0,001) e melhora geral da saúde (SF-36; WMD = 1,01, IC de 95% [−1,14, 3,17], p = 0,224; I2 = 0,0%, p = 0,36) comparável com injeção epidural de esteroides (ESI) em todos os pontos de tempo observados nos estudos incluídos sem qualquer aumento em eventos adversos ou complicações. 

Veja também:

Mensagem prática 

O estudo demonstrou resultados comparáveis entre as duas técnicas nos quesitos de dor e funcionais. Na prática, o corticosteroide é uma alternativa muito mais barata e não há prova do benefício do PRP a longo prazo ou reduzindo complicações comparativamente, devendo, portanto, ainda ser a forma de escolha para tratamento dessa patologia tão comum na maioria dos casos. 

 

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Referências bibliográficas

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