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Ortopedia4 novembro 2022

Fixação de fraturas do colo do fêmur: parafuso deslizante ou canulado?

A escolha do melhor método de fixação a ser utilizado nas fraturas do colo do fêmur ainda é tema de discussão.

Por Rafael Erthal

Ainda sem definição sobre o uso de parafusos esponjosos canulados (PEC) ou de placas e parafusos deslizantes do quadril (DHS). Um estudo publicado em novembro de 2022 na revista científica Injury foi elaborado com o objetivo de comparar as taxas de reoperação e mortalidade de uma grande coorte de pacientes com fraturas do colo do fêmur acima de 60 anos tratados utilizando fixação interna com implantes DHS ou parafusos esponjosos canulados.

Leia também: Fraturas de colo do fêmur podem ser tratadas com parafusos canulados mesmo em idosos?

Fixação de fraturas do colo do fêmur parafuso deslizante ou canulado

X-ray multiple part of adult and child and Disease ( Pulmonary tuberculosis Stroke kidney stone osteoarthritis bone fracture bowel obstruction spondylosis spondylolisthesis scoliosis brain tumor etc)

Métodos

Trata-se de um estudo do tipo coorte retrospectiva avaliando dados coletados entre 2014 e 2018 armazenados no banco de dados dinamarquês de fraturas, incluindo acompanhamento de dois anos e dados sobre idade, sexo, cirurgia, comorbidades e classificação das fraturas. Os dados de reoperação foram recuperados do Registro Nacional de Pacientes Dinamarquês. O desfecho primário foi a taxa de reoperação de grande porte, definida como reosteossíntese, conversão para artroplastia, cirurgia para o tratamento de pseudoartrose, artroplastia de ressecção ou infecção profunda um ano após a cirurgia. Cirurgias de pequeno porte realizadas para remoção do implante e taxa de mortalidade foram também registradas como desfechos secundários.

Resultados

Um total de 2.598 participantes foram incluídos, 1.731 tratados utilizando PEC (67%) e 867 com DHS (33%). A taxa geral de reoperação de grande porte em 1 ano foi de 15% no grupo PEC e 13% no grupo DHS, resultando em um RR ajustado de 1,10 (0,88; 1,37) para PEC em comparação com DHS. O RR ajustado foi de 1,15 (0,77; 1,69) para fraturas do colo do fêmur não desviadas, 1,09 (0,68; 1,75) para fraturas desviadas e 1,35 (0,94; 1,94) para fraturas do tipo transcervical, que aumentou para 1,42 (1,01; 2,00) após 2 anos. A taxa de reoperação menor foi maior para PEC (3%) do que para DHS (1%), resultando em um RR ajustado de 2,28 (1,14; 4,51). O RR ajustado para PEC comparado ao DHS foi de 0,83 (0,62; 1,12) para mortalidade em 30 dias e 0,96 (0,82; 1,14) para mortalidade em um ano.

Saiba mais: Qual o melhor acesso cirúrgico para a redução colo do fêmur nas osteossínteses?

Conclusão

Os resultados do estudo sugerem a similaridade entre os grupos quanto às taxas de reoperações de grande porte. Apesar disso, nas fraturas do colo do fêmur do tipo transcervical, o uso de parafusos esponjosos canulados foi associado a maiores taxas de reoperação. Parafusos esponjosos canulados foram, em geral, associados a um maior risco de reoperações de pequeno porte. Não foram observadas diferenças nas taxas de mortalidade entre os grupos.

Autoria

Foto de Rafael Erthal

Rafael Erthal

Conteudista do Afya Whitebook desde 2017 ⦁  Residência em Ortopedia e Traumatologia pelo INTO ⦁  Especialista em cirurgia de joelho ⦁  Graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF)

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Referências bibliográficas

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