Evolução de fraturas ocultas do escafoide diagnosticadas com ressonância magnética
Um estudo recente, publicado em abril de 2024 na revista científica Bone & Joint, trouxe novas informações sobre o manejo e as complicações associadas às fraturas ocultas do escafoide detectadas apenas por Ressonância Magnética (RM). Conduzido em oito centros no Reino Unido, este estudo de coorte multicêntrico investigou a frequência de retardo de consolidação e pseudoartrose (não união) em pacientes cujas fraturas agudas do escafoide foram inicialmente detectadas apenas por RM apesar da presença radiografias iniciais normais após trauma.
O estudo
Durante o período do estudo, 1.989 pacientes foram submetidos a RM devido à suspeita de fratura do escafoide. Entre esses pacientes, 256 (12,9%) foram diagnosticados com fraturas ocultas do escafoide. Seis pacientes foram operados inicialmente e os 250 pacientes restantes foram tratados com imobilização gessada.
Metodologia
Nesta amostra, 16 casos (6,3%) apresentaram complicações como retardo de consolidação ou pseudoartrose. Dos nove casos de pseudoartrose identificados (3,5%), sete (2,7%) foram submetidos à cirurgia para promover a consolidação óssea. Um paciente optou por tratamento não cirúrgico, enquanto outro não compareceu ao acompanhamento subsequente. Dos sete casos de retardo de consolidação (2,7%), um (0,4%) foi tratado cirurgicamente após dois meses, um paciente não compareceu ao acompanhamento posterior e os outros cinco (1,9%) apresentaram consolidação após imobilização gessada adicional.
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Todos os casos tratados cirurgicamente evoluíram para consolidação, embora uma complicação tenha sido registrada (parafuso proeminente que necessitou de remoção).
Resultados e conclusão: fraturas ocultas do escafoide
Esses resultados destacam que fraturas ocultas do escafoide detectadas por RM não são universalmente benignas, com taxas significativas de retardo de consolidação e pseudoartrose, mesmo após imobilização inicial adequada. A maioria dos casos de pseudoartrose exigiu intervenção cirúrgica para alcançar a consolidação óssea adequada. Portanto, este estudo reforça a importância do uso precoce da RM no diagnóstico de fraturas do escafoide, possibilitando um manejo mais preciso e eficaz desses pacientes desde o diagnóstico inicial até a intervenção terapêutica adequada.
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