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Ortopedia27 fevereiro 2024

Espessura da parede lateral interfere no tratamento de fraturas femorais com DHS?

Um estudo incluiu pacientes de 50 anos ou mais com fraturas transtrocantéricas de fêmur operados em três anos.
As fraturas intertrocantéricas são frequentes entre as fraturas do quadril, podendo corresponder a quase metade dessas e podem ser tratadas com implante intra (haste) ou extramedular (DHS). A escolha pelo tratamento é baseada no tipo de fratura e a medida da parede lateral é extremamente importante para a decisão. Acredita-se que uma parede lateral com menos de 20,5mm pode levar a uma fratura secundária caso um DCS seja utilizado.  Foi publicado esse mês na revista Bone and Joint Open um estudo, com o objetivo de validar se pacientes com fraturas transtrocantéricas de fêmur com parede lateral incompetente (< 20,5 mm) tiveram aumento do risco de revisão - após a fixação com DHS quando o calcar medial estava intacto. 

O estudo 

Foi um trabalho retrospectivo e incluiu pacientes de 50 anos ou mais com fraturas transtrocantéricas de fêmur operados em três anos em um hospital em Edinburg.   Os critérios de inclusão foram: 
  • Pacientes com 31-A1 e 31-A2 tratados com fixação DHS;  
  • Parede femoral lateral intacta em radiografias pré e intraoperatórias;  
  • Córtex intacto do calcar medial após redução da fratura intraoperatória.  
Os critérios de exclusão foram: 
  • Fraturas da parede lateral ou fratura do tipo 31-A3;  
  • Calcar medial instável; 
  • Outro tipo de fixação. 
A coorte consistiu em 890 pacientes com idade média de 82 anos (DP 10,2). A média da medida da parede lateral foi 27,0 mm (DP 8,6), e havia 213 pacientes (23,9%) com parede menor de 20,5 mm. No geral, 20 pacientes (2,2%) foram submetidos a cirurgia de revisão após fixação com DHS. Ajustando para covariáveis, parede lateral menor de 20,5 mm não foi independentemente associado a um aumento de revisão ou risco de mortalidade.  Ouça também: Check-up Semanal: dengue, fratura periprotética acetabular e mais! [podcast]   Entretanto, fatores que foram significativamente mais prevalentes no grupo com parede menor que 20,5 mm, que incluiram residência em casa de repouso (hazard ratio (HR) 1,84; p < 0,001) ou hospital (HR 1,65; p = 0,005) e delirium (HR 1,32; p = 0,026), foram independentemente associados a um aumento do risco de mortalidade. O único fator independente associado ao aumento do risco de revisão foi a idade avançada (HR 1,07; p = 0,030). 

Conclusão 

A medida da parede lateral não foi associada ao risco de cirurgia de revisão em pacientes com fraturas transtrocantéricas do fêmur fixadas com DHS quando o calcar estava íntegro, após ajuste para o efeito independentemente da idade. Entretanto, pacientes com parede lateral menor que 20,5 mm tiveram maior probabilidade de vir de uma casa de repouso ou hospital e ter delirium na admissão, o que foi associada a uma maior taxa de mortalidade.  Leia ainda: A autoavaliação nas suspeitas de fraturas de escafoide pode ser eficaz?

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