No terceiro e último dia do 57º Congresso anual da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia tivemos atenções voltadas para as palestras que discutiram o uso da inteligência artificial na prática do ortopedista. Apesar de em sua maioria o público mais jovem ter maior intimidade com a tecnologia, as palestras foram voltadas para todo o público ortopedista visando otimização de tempo no seu dia a dia.
A sessão iniciada no auditório 6 (Dr. Saulo Monteiro) teve o título de “Inteligência Artificial/O ortopedista na era da IA: tendências e aplicações reais”. Para começar foi apresentando o “Dr. SBOT IA” que será o ator de inteligência artificial da SBOT com projeto já pronto e ainda sendo definida a empresa responsável por fazer funcionar. Estamos num momento em que já se pode afirmar que a transformação digital na Medicina é irreversível e a IA é capaz de responder devolvendo ao médico o seu bem mais precioso: tempo.
A estrutura geral será dividida em 7 módulos sendo:
- Institucional – comunicação e gestão administrativa
- Científico – acesso à produção acadêmica
- Codificação e tabelas – consulta a códigos e classificações
- Assistente clínico – criação de documentos médicos
- Tradutor Médico – tradução técnica multilíngue
- Educacional – sínteses e revisões
- Consultor científico – revisões automatizadas da literatura
A ideia de uma IA própria para a Sociedade tem como motivos o volume crescente de informações, necessidade de acesso rápido, fonte única e foco no ortopedista. O objetivo é que funcione como um assistente pessoal 24 horas por dia com uma interface semelhante ao “Whatsapp”.
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A seguir assistimos a uma palestra simples, porém com informações extremamente importante para o perfeito funcionamento de uma IA. O uso correto do “prompt”, que é a pergunta que se faz à IA para receber uma resposta, isto é, o que direciona para o melhor retorno. Quanto mais claro e detalhado o prompt mais otimizado será a resposta e o resultado da tarefa.
Falando sobre a IA para realização de buscas bibliográficas sistemáticas buscamos vencer os desafios da busca tradicional: excesso de dados, complexidade da síntese das estratégias de busca e risco de perder estudos relevantes. Entretanto, apesar de facilitar a vida do pesquisador, o uso da tecnologia também pode gerar uma falta de transparência ou reprodutibilidade, ter um banco de dados desconhecido em muitas das IAs e incapacidade de aplicar filtros metodológicos rigorosos.
Uma outra palestra interessante foi “Como preparar uma apresentação usando IA?” dividindo em 04 tópicos principais para checagem:
- Conteúdo
- Esqueleto e “storytelling”
- Imagens anatômicas/3D/vídeos
- Design final/ exportação.
Levando em consideração cada um dos tópicos, para ortopedia foram expostos como melhores para o tópico 01 o Manus, Google Gemini e ChatGPT, tópico 02 o Manus e Gamma.app, tópico 03 o Midjourney, Leonardo.ai e Manus e tópico 04 o Canva, Prezi e Power Point.
Autoria

Giovanni Vilardo Cerqueira Guedes
Editor Médico de Ortopedia da Afya ⦁ Mestre em Ciências Aplicadas ao Sistema Musculoesquelético (INTO) ⦁ Ortopedista, Cirurgião da Mão e Microcirurgião formado pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad - INTO ⦁ Graduação em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ⦁ Fellowship em Cirurgia da Mão e Artroscopia de Punho pela International Bone Research Association - IBRA (Clínica Teknon, Barcelona, Espanha, 2022)
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