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Ortopedia26 abril 2025

Auxílio artroscópico das fraturas de rádio distal em relação à fluoroscopia

Revisão sistemática comparou a eficácia e a segurança de dois métodos cirúrgicos para tratar fraturas do rádio distal

As fraturas do terço distal do rádio são extremamente frequentes e correspondem a boa parte dos atendimentos de emergências ortopédicas. Cerca de 10% dessas fraturas são intra-articulares e, se houver um desvio entre os fragmentos acima de 2 milímetros, cerca de 90% dos pacientes podem evoluir com artrose radiocárpica em 6 anos.  

Tradicionalmente, as fraturas do rádio distal são operadas com auxílio de fluoroscopia intraoperatória para correta redução e fixação. É uma opção acessível e difundida na grande maioria dos centros. A partir da década de 90, a artroscopia de punho surgiu como uma maneira de visualização direta da articulação evitando a artrotomia com resultados promissores. Entretanto, há discrepância na literatura atual sobre superioridade de uma técnica em relação à outra. 

Diante disso, foi publicado no último mês na revista “Medicine” um estudo com o objetivo de comparar a eficácia e a segurança dos 2 métodos cirúrgicos para tratar fraturas do rádio distal. O estudo foi uma revisão sistemática com pesquisa nas bases de dados Pubmed, EMBASE, Web of Science, Cochrane, China National Knowledge Infrastructure Database, China Science and Technology Journal Database e Wanfang Database até janeiro de 2024. 

Metodologia 

Foram incluídos apenas ensaios clínicos randomizados comparando o tratamento cirúrgico das fraturas de rádio distal assistidos por fluoroscopia e artroscopia e que apresentavam resultados de pelo menos 1 dos seguintes desfechos: arco de movimento do punho de flexão, extensão e pronossupinação, escore DASH, escore EVA, tempo cirúrgico e complicações.  

Só foram aceitos estudos em inglês ou mandarim.  Foram excluídos pacientes menores de 18 ou maiores de 70 anos, com múltiplas fraturas ao nível do punho, lesões crônicas de pele, infecção, deformidade, tumor ou artrite reumatoide. 

Resultados 

Assim, 5 ensaios clínicos randomizados (169 pacientes no grupo artroscópico e 171 pacientes no grupo fluoroscopia) sugeriram que pacientes com fratura distal do rádio tratados com auxílio de artroscopia de punho tiveram melhores escores DASH, EVA e extensão de punho comparados com aqueles tratados apenas com auxílio de fluoroscopia. No entanto, nenhuma diferença significativa foi observada em termos de flexão de punho, pronação, supinação, tempo operatório e resultados de complicações entre os 2 grupos. 

O que podemos levar para casa? 

O estudo sugeriu que o auxílio artroscópico levou a melhores resultados funcionais no tratamento das fraturas de rádio distal.  

Na nossa prática, é importante lembrar inicialmente que a artroscopia nas fraturas do rádio só tem relevância nas fraturas com traço intra-articular.  

Nessa situação, é uma boa alternativa, onde há estrutura, optar pelo auxílio artroscópico.  

Entretanto, na nossa realidade, não há disponibilidade do material necessário em boa parte dos hospitais Brasil afora, além de que, em muitos casos, na medicina privada, os planos e seguros de saúde não autorizarem de imediato a utilização. 

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Referências bibliográficas

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