Adenocarcinoma de pulmão: veja como diagnosticar corretamente
Confira a apresentação clínica, o rastreio e o diagnóstico do adenocarcinoma de pulmão, o subtipo mais comum de câncer de pulmão.
O adenocarcinoma de pulmão é uma eoplasia maligna que se origina no parênquima pulmonar. É o subtipo mais comum de câncer de pulmão. Em mais uma publicação de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, separamos os critérios sobre apresentação clínica e critério diagnóstico do câncer de pulmão.
Leia também: Hipertensão pulmonar nas doenças intersticiais pulmonares: novos conceitos
Anamnese
Os sintomas podem resultar principalmente do efeito local do tumor ou de metástases a distância. O adenocarcinoma de pulmão tende a ter localização mais periférica nas vias aéreas, os sintomas em decorrência de irritação ao parênquima pulmonar são, portanto, mais raros.
Epidemiologia: o câncer de pulmão é uma das neoplasias mais incidentes em todo o mundo e a causa mais comum de morte relacionada com o câncer. No Brasil, dados de 2020 estimaram uma incidência de 30.200 novos casos e 28.700 mortes. O câncer de pulmão não pequenas células corresponde a aproximadamente 85% dos casos, e seus principais subtipos são adenocarcinoma, carcinoma espinocelular e carcinoma de grandes células.
Quadro clínico: os principais sintomas relatados são: tosse, dispneia, dor torácica e perda de peso. Hemoptise pode estar presente em alguns casos. Sintomas como dores ósseas, desconforto abdominal, confusão mental ou déficit neurológico focal podem representar doença metastática.
Marcadores de gravidade: sinais e sintomas de doença metastática, como síndrome de veia cava superior, doença óssea com síndrome de compressão medular, acometimento do sistema nervoso central por metástases ou carcinomatose meníngea e hipercalcemia.
Fatores de risco: tabagismo (ativo ou passivo), poluição, exposição a radiação, contato com toxinas ambientais (asbesto, radônio, arsênio, cromo, níquel, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos) e fibrose pulmonar.
Exame físico
- Não há achados patognomônicos ou diagnósticos;
- Estigmas de síndrome consumptiva são comuns em doença avançada;
- Sinais de alarme como aumento da frequência respiratória e dessaturação podem estar presentes.
De acordo com a U.S. Preventive Services Task Force, para rastreio é recomendada a realização de tomografia de tórax anual sem contraste e de baixa dose de irradiação em pessoas de 50-80 anos de idade com história de tabagismo maior ou igual a 20 maços/ano, incluindo aqueles que pararam de fumar em até 15 anos.
O diagnóstico é feito por meio de biópsia, que pode ser do sítio primário guiada por tomografia ou broncoscopia, ou de alguma lesão metastática facilmente acessível. Na imuno-histoquímica, o adenocarcinoma tipicamente é positivo para TTF1, mucina, napsina A e CK7, e negativo para CK20. E no caso de câncer metastático, é mandatória a pesquisa de mutações ativadoras de EGFR e translocação ALK.
Como estadiar?
- Hemograma com plaquetas, desidrogenase láctica (DHL), fosfatase alcalina, enzimas hepáticas, bilirrubinas totais e frações, creatinina e cálcio sérico;
- Se o tratamento for feito com imunoterapia, considerar solicitar: TSH, T4L, ACTH, sorologias para HIV e hepatites, amilase e lipase;
- PET-CT ou tomografias de tórax, abdome e pelve;
- Cintilografia óssea: indicada quando o paciente tiver sintomas de acometimento ósseo;
- RNM de crânio: indicada quando o paciente tiver sintomas de acometimento de SNC, considerar em casos assintomáticos nos estágios III e IV;
- Em pacientes com adenopatia mediastinal suspeita, tumores centrais ou tumores periféricos ≥ 3 cm, considerar ultrassonografia endoscópica brônquica ou esofágica com biópsia e/ou mediastinoscopia.
Saiba mais pelo Whitebook!
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.