Relatório divulgado este mês pelo Centers of Disease Control and Prevention (CDC) afirma que, nos Estados Unidos, dois terços dos pacientes com câncer estão vivendo por 5 anos ou mais, e que esta estatística tem seguido curva de crescimento considerável nos últimos anos.
A maior sobrevida da doença, hoje, deve ser atribuída a dois fatores cruciais em sua história natural: a detecção precoce das neoplasias malignas mais comuns (especialmente o câncer de mama e colorretal); e os avanços na quimioterapia, especialmente no tratamento “end-stage”, que visa aumentar a sobrevida do paciente.
Os avanços nesta categoria do “end-stage” são inegáveis e, quase que diariamente, somos surpreendidos com novas drogas no mercado.
Analisando este segmento de quimioterápicos, destacam-se 10 drogas, de aprovação recente e entrada no mercado há no máximo 2 anos, promissoras para o tratamento de quadros avançados.
Todas as drogas da lista compartilham entre si o interesse de investidores e da comunidade médica, e todas provaram seu valor em estudos iniciais para pelo menos um tipo de câncer. São elas:
- Carfilzomib: Inibidor seletivo dos proteasomos intracelulares, tornando células neoplásicas do mieloma múltiplo mais vulneráveis a morte. Seu tratamento hoje é preconizado com lenalidomida e dexametasona, desde o estudo ASPIRE (de dezembro de 2014);
- Crizotinib: Promissora droga para o tratamento do câncer de pulmão não-pequenas células com mutação do gene ALK, que, se por um lado, é aplicável a uma parcela muito pequena desta neoplasia (aqueles com mutação do gene correspondem a 3-5%), pelo outro apresenta resposta em mais de 50% destes pacientes, mantendo remissão da doença por uma média de 9 meses;
- Vismodegib: Droga elegível para pacientes com carcinoma basocelular metastático inoperáveis;
- OncoVex: A maior inovação do OncoVex é seu mecanismo de ação, a partir de um vírus modificado que se replica dentro de células tumorais causando diretamente sua morte e ativando o sistema imune para o mesmo intuito. A droga provou seu valor em pacientes com melanoma avançado;
- Vemurafenib: Droga aprovada há 2 anos para o tratamento do melanoma com resultados promissores;
- Ponatinib: Inibidor de tirosina quinase da nova geração apresentando resposta em 66% dos pacientes em estudo com leucemia mielóide crônica;
- Brentuximab vedotin: Anticorpo antiCD30 com boa resposta para o tratamento do linfoma de Hodgkin e linfoma anaplásico de grande células;
- Tivozanib: Droga bloqueadora do receptor celular de fatores de crescimento endoteliais, diminuindo a vascularização de tumores renais e causando, assim, a morte do tumor. Apresentou estudos promissores em estudos de fase 3;
- Transtuzumabe: Anticorpo armado contra tumores de mama expressando HER-2;
- Cabozantinibe: Inibidor do receptor do fator de crescimento endotelial 2 (VEGF-2) com boa resposta no câncer de próstata.
Vale destacar, que estas drogas estão no mercado há pouco tempo, algumas ainda carecendo de resultados de seus estudos de follow-up mais prolongados, e, portanto, o oncologista deve ter muito cuidado com a correta indicação e monitoramento do tratamento com estas drogas.
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