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Oftalmologia21 fevereiro 2025

SIMASP 2025: Atualizações no tratamento da retinopatia da prematuridade

Foram discutidos as modalidades terapêuticas atualmente disponíveis e os insights sobre suas eficácias, contribuindo para uma melhor tomada de decisão clínica

Durante o Simpósio Internacional de Atualizações em Saúde Ocular e Oftalmologia (SIMASP 2025) foi abordado sobre os desafios atuais no tratamento da retinopatia da prematuridade, doença que pode levar à cegueira em recém-nascidos prematuros. Atualmente, há uma forte tendência em optar pela terapia com as injeções intravítreas com fármaco antifator de crescimento endotelial vascular (anti-VEGF).  

A meta análise de Ortiz-Seller et. al, comparou a eficácia do aflcegueriibercept intravítreo, bevacizumabe intravítreo, conbercept intravítreo, ranibizumabe intravítreo e terapia a laser no tratamento da retinopatia da prematuridade. Esse estudo utilizou o ranking SUCRA, que é uma métrica utilizada para classificar tratamentos comparando sua eficácia e segurança 

Destaques:   

  • Quando comparado à necessidade de retratamento, os anti-VEGF não foram inferiores ao laser. A dose convencional de conbercept (LumitinÒ – não está disponível no Brasil) apresentou o menor risco de necessidade de retratamento. 
  • Bevacizumab (meia dose infantil: 0,25 mg em 0,01 ml) teve uma posição favorável no ranking SUCRA, sendo avaliado como um tratamento melhor quando comparado com doses convencionais (0,625 mg em 0,025 ml) e aumentadas.
  • As doses aumentadas de bevacizumab e ranibizumab tiveram os maiores tempos médios para retratamento (14,1 e 12,8 semanas, respectivamente). Doses menores de anti-VEGF foram associadas a tempos mais curtos até a necessidade de novo tratamento. 
  • Pacientes tratados com anti-VEGF tiveram menor incidência de miopia quando comparado ao laser. O bevacizumab e ranibizumab na dose convencional apresentaram diferenças significativas em relação ao laser (-1,67 e -2,19 dioptrias, respectivamente). 

Leia mais: Inteligência artifical e retinopatia da prematuridade: o que sabemos?

Impactos na prática clínica  

  • O estudo demonstra que os agentes anti-VEGF não são inferiores ao laser em termos de necessidade de retratamento. Isso permite que os oftalmologistas considerem o uso mais amplo de anti-VEGF como tratamento primário, principalmente em casos em que o laser pode ser difícil de aplicar (ex.: bebês com pupilas pequenas ou opacidades nos meios ópticos). 
  • Doses reduzidas (metade da dose convencional) de bevacizumab, aflibercept e ranibizumab mostraram eficácia comparável ou superior às doses convencionais e aumentadas. O estudo sugere que é possível reduzir a exposição sistêmica ao anti-VEGF, minimizando riscos para o desenvolvimento de órgãos em bebês prematuros. Como o VEGF é importante para o desenvolvimento de órgãos em prematuros, o uso de doses reduzidas de anti-VEGF pode ajudar a minimizar potenciais efeitos adversos sistêmicos, como impacto no desenvolvimento neurológico e pulmonar. Porém, a dose menor de anti-VEGF podem levar a um tempo mais curto até a recorrência da retinopatia da prematuridade, exigindo um monitoramento mais rigoroso para detectar sinais precoces de progressão da doença.  
  • O tratamento com anti-VEGF, especialmente nas doses convencionais, está associado a menor risco de miopia em comparação com o laser. Reduzir a necessidade de uso de óculos, especialmente em crianças, tem alto impacto na qualidade de vida. 

O que podemos concluir? 

São necessários mais ensaios clínicos para definir a dose ideal da terapia com anti-VEGF na retinopatia da prematuridade e os protocolos de acompanhamento, garantindo segurança e melhores resultados visuais a longo prazo. 

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Referências bibliográficas

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