Durante o Simpósio Internacional de Atualizações em Saúde Ocular e Oftalmologia (SIMASP 2025) foi abordado aspectos relacionados os novos fármacos – avacincaptad pegol e pegcetacoplan para o tratamento da atrofia geográfica associada à DMRI. O avacincaptad pegol (IzervayÒ) foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Adminidtration – Estados Unidos) e EMA (European Medicines Agency – Europa) em agosto de 2023, porém a medicação ainda não é aprovada pela ANVISA e não está disponível comercialmente no Brasil. O pegcetacoplan está em investigação em ensaios clínicos para o tratamento de atrofia geográfica associada à DMRI, não tendo aprovação das agências reguladoras para esse uso.
Avacincaptad pegol
Os estudos GATHER1 e GATHER2 avaliaram a eficácia e a segurança do avacincaptad pegol no tratamento da atrofia geográfica associada DMRI. O ensaio clínico GATHER1 demonstrou após 12 meses com tratamento mensal com avacincaptad pegol houve redução significativa da taxa de crescimento da lesão de atrofia geográfica em 27,4% na dose de 2 mg e 27,8% na dose de 4 mg, em comparação com o grupo placebo. A medicação foi bem tolerada e não houve eventos adversos graves ou inflamação ocular.
O estudo GATHER2 demonstrou após 12 meses com tratamento com avacincaptad pegol houve redução de 14% na taxa de crescimento da área de atrofia geográfica em comparação com o grupo placebo. A medicação foi bem tolerada e não houve casos de endoftalmite, inflamação ocular e neuropatia óptica isquêmica. A incidência de neovascularização macular foi de 7% no grupo avacincaptad pegol e 4% no grupo placebo.
Pegcetacoplan
Os ensaios clínicos OAKS e DERBY avaliaram eficácia e segurança do pegcetacoplan em pacientes com atrofia geográfica secundária à DMRI. Após 24 meses de tratamento mensal, houve redução do crescimento da lesão de atrofia geográfica em até 22%, enquanto o tratamento a cada 2 meses apresentou uma redução de até 18%, em comparação com o placebo. A medicação foi bem tolerada, no entanto, observou-se uma incidência de neovascularização macular de 11,9% nos pacientes tratados mensalmente e 6,7% nos tratados a cada 2 meses.
Impactos na prática clínica
Até recentemente, não havia terapias aprovadas para retardar a progressão da atrofia geográfica. Com os resultados positivos desses estudos, o avacincaptad pegol foi aprovado como a primeira terapia modificadora da doença, oferecendo esperança para pacientes que antes só recebiam cuidados paliativos.
A identificação precoce da atrofia geográfica se tornou ainda mais importante, pois agora existem opções terapêuticas para retardar a progressão da doença.
O que podemos concluir?
Tanto o avacincaptad pegol quanto o pegcetacoplan demonstraram eficácia na redução da progressão da atrofia geográfica em pacientes com DMRI, com perfis de segurança aceitáveis. No entanto, é importante considerar a incidência de neovascularização macular associada ao pegcetacoplan durante o tratamento. Essas medicações estão revolucionando o tratamento da atrofia geográfica trazendo uma nova perspectiva para pacientes.
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