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Oftalmologia27 dezembro 2020

Profilaxia da conjuntivite neonatal: recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria

A conjuntivite ou oftalmia neonatal é definida como conjuntivite purulenta do recém-nascido que ocorre nas primeiras quatro semanas de vida.

A conjuntivite ou oftalmia neonatal é definida como uma conjuntivite purulenta do recém-nascido (RN), que ocorre nas primeiras quatro semanas de vida. Ela é geralmente causada por bactérias adquiridas no canal de parto, principalmente Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, pelo contato com secreções genitais maternas.

Leia também: O uso de antibioticoterapia tópica é eficaz para o tratamento de conjuntivite bacteriana?

Profilaxia da conjuntivite neonatal

História

Em 1881, o obstetra alemão Sigmund Franz Credé instituiu um método de profilaxia com o uso oftálmico de solução aquosa de nitrato de prata a 1%, que resultou numa redução drástica nos casos de oftalmia neonatal. O Método de Credé tornou-se  preconizado como rotina em maternidades de todo o mundo, sendo extremamente eficaz na prevenção da oftalmia gonocócica.

No entanto, recentemente, a necessidade do uso de medicações preventivas para oftalmia neonatal vem sendo questionada em países de alta renda. O uso do nitrato de prata pode causar uma conjuntivite química e, em locais de elevado nível de assistência pré-natal, com realização de testes rápidos na gestação, o risco do uso da medicação poderia superar os benefícios. Além disso, os sais de prata não são tão eficazes na prevenção da oftalmia por clamídia, e esta bactéria vem se tornando mais prevalente que o gonococo em mulheres em idade fértil.

Diretriz recente

O Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou recentemente novas diretrizes para a profilaxia da conjuntivite neonatal por transmissão vertical no Brasil. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2001 mostram que a infecção genital por Chlamydia trachomatis é a infecção sexualmente transmissível bacteriana mais comum em todo o mundo, tanto em países de renda média quanto alta. No Brasil, estudos em diversas regiões corroboram estes dados, com a prevalência da infecção por clamídia ficando em torno de 6-13% das mulheres em idade fértil e, de gonococo, em torno de 1,5%.

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Em vista deste panorama, a SBP reforça a necessidade de se manter o método de Credé em todo o território nacional e endossa as seguintes recomendações medicamentosas:

  • Uso da povidona a 2,5% (colírio), considerando sua menor toxicidade em relação ao nitrato de prata a 1% e maior eficácia contra clamídia;
  • Utilização da pomada de eritromicina a 0,5% e, como alternativa, tetraciclina a 1%;
  • A utilização de nitrato de prata a 1% deve ser reservada apenas em caso de não se dispor de eritromicina ou tetraciclina, ainda que o ideal seja a formulação em colírios.

Referências bibliográficas:

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